Desempenho do ovo em julho de 2011
O mais destacável, no entanto, é que essa estabilidade foi obtida em mês de férias escolares, período em que o setor, além de não poder contar com a demanda de um de seus mais expressivos consumidores – a merenda escolar – convive com natural queda de consumo em função das férias de parte da população.
Nos últimos dois anos não havia sido assim: em julho de 2010, o ovo encerrou o mês com uma cotação 10% menor que a do início do mês. E em 2009 esse recuo foi de 17,5%. O que houve de diferente desta vez? Não há dúvida de que os dias mais frios não só tiveram efeito sobre a produção, como também reduziram a pressão sobre o mercado: com as temperaturas mais baixas, a necessidade de colocar a produção no mercado o mais imediatamente possível se tornou menor.
Mas o fator-chave, com certeza, foi a atuação dos produtores, que se prepararam para o período de menor demanda acelerando os descartes das poedeiras mais velhas e/ou menos produtivas. Com isso, mesmo enfrentando fortes pressões contrárias (a comercialização nos últimos dias do mês é sempre bastante difícil e quase invariavelmente ocasiona a queda das cotações), o setor chegou ao final do mês com a cotação inalterada, sem as baixas que marcaram os últimos dias de meses como janeiro, fevereiro, abril e junho.
Mesmo assim, o resultado obtido pode ser considerado somente “menos mal”. Porque o valor médio registrado pela caixa de ovos no mês acabou ficando 2,25% abaixo daquele alcançado no mês anterior. Como ficou abaixo, também, das médias alcançadas no bimestre março-abril ou, mais exatamente, no período de Quaresma. De toda forma o valor de julho foi o quarto melhor dos últimos 12 meses, além de superar em 24% a cotação média de julho de 2010.
Seria isso uma vantagem? Seria, se o ganho registrado não tivesse sido corroído pelo aumento de custo da matéria-prima básica do setor - o milho, que de julho de 2010 para julho de 2011 aumentou mais de 60% e, com isso, neutralizou a possível vantagem econômica existente na valorização anual de 24%.
Os preços do ovo, portanto, permanecem defasados. Mas ganham nova chance de recuperação com a chegada de agosto e o reinício do período letivo em todo o País. Que não se perca de vista, porém, a necessidade de manter o equilíbrio da produção.