Exportações de carne suína caem 17% em julho. Principal causa: embargo sanitário nas vendas para a Rússia

Publicado em 08/08/2011 08:10
Uma queda de 17,52% em volume, nas exportações de carne suína brasileira, em julho, confirma o prejuízo causado pelo embargo sanitário russo decretado em 2 de junho e que entrou em vigência no dia 15 daquele mês. O alvo foram as exportações de carne suína do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná. Em julho, o Brasil vendeu para o exterior 36.104 toneladas e obteve uma receita de US$ 93,85 milhões. A queda em valor foi de 13,28% (US$ 93,85 milhões ante US$ 108,22 milhões).

De janeiro a julho, o Brasil embarcou 302.957 t, em relação a 313.468 t no mesmo período de 2010, uma queda de 3,35%. Em faturamento, houve um crescimento de 7,74%: US$ 829,12 milhões nos primeiros sete meses de 2011 ante US$ 769,52 milhões em igual período de 2010. Em julho deste ano, o preço médio da carne suína aumentou 5,14%, em comparação com o mesmo mês do ano passado. (Veja estatísticas em anexo)

Crescem embarques para outros destinos - De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína - ABIPECS -, os demais destinos cresceram quando se comparam os meses de julho de 2011 com 2010 e quando se compara o período janeiro a julho dos dois anos. “É, porém, muito difícil, no curto prazo, manter os volumes exportados sem o fim do embargo nos três estados e mesmo o retorno de outros estabelecimentos que ainda permanecem com suspensão temporária”, avalia o presidente da ABIPECS, Pedro de Camargo Neto.

Fim do embargo depende de ação rápida do MAPA - “Continuamos esperançosos com a rápida solução para o embargo, pois entendemos que se trata mais de uma questão burocrática e de desencontro entre autoridades sanitárias do que de fato uma questão técnica sanitária”, acrescenta. Na opinião de Pedro de Camargo Neto, “é preciso que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA - ofereça atenção e prioridade para esta questão e agilize uma solução”.

Importância do mercado russo - O mercado da Rússia para carnes, em geral, e em especial para a carne suína é muito importante. Trata-se de um mercado que impacta a formação de preços e a renda dos produtores e da agroindústria do Brasil.

Em julho, as exportações para a Rússia foram de apenas 3.983 toneladas, em comparação com 19.420 t em julho de 2010, um declínio de 79,49%. A receita apurada em julho deste ano foi de US$ 11,68 milhões, em relação a US$ 53,32 milhões em julho do ano passado, uma queda de 78,09%. De janeiro a julho de 2011, o Brasil embarcou para a Rússia 112.646 t, em comparação com 142.709 t no mesmo período do ano passado, uma redução de 21,07% nos embarques em volume e de 10,40% em valor (US$ 351,11 milhões ante US$ 391,86 milhões).

Hong Kong e Ucrânia - O segundo principal destino das exportações brasileiras de carne suína, em julho, foi Hong Kong, com um aumento de 80,88% em t e de 122,34% em valor: 12.816 t e US$ 32,59 milhões.

Ucrânia foi o terceiro maior comprador da carne suína do Brasil em julho, com aumento de 70,80% em toneladas e de 66,64% em valor (5.774 t e US$ 15,39 milhões).

Argentina: queda - Para a Argentina, quarto destino dos embarques brasileiros de carne suína, houve uma redução de 5,05% em volume e um aumento de 3,90% em receita, em julho. Como tem dito o presidente da ABIPECS, o problema das ameaças de boicote ao produto brasileiro, por parte de produtores argentinos, se deve mais à falta de competitividade do país vizinho do que a aumentos súbitos das vendas do Brasil.

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Fonte:
Abipecs

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