Indústrias suspendem recebimentos de cacau no sul da Bahia

Publicado em 23/08/2012 15:17
O número de importação de cacau no Brasil superou as expectativas e gerou um excesso no mercado interno. O fator está afetando diretamente os produtores regionais, que estão vendo o declínio nos preços da arroba, e preocupados com a recusa das empresas compradoras, de adquirirem cacau por estarem com espaço de armazenagem na região cacaueira inteiramente preenchida.

De acordo com o produtor de cacau, Henrique de Almeida, as indústrias do eixo Ilhéus-Itabuna estão se negando a comprar as amêndoas. “Isto está acontecendo por conta das moageiras não estarem recebendo cacau. Como você já deve saber, o Brasil vai produzir a maior safra de cacau dos últimos quinze anos e as moageiras, ainda assim importaram 42.000 toneladas, o que fez com que eles retirassem o ágio pago no mercado interno que chegou a USD$510,00 toneladas fazendo com que os preços no mercado interno despencassem”, afirmou Almeida.

 O portal Mercado do Cacau entrou em contato com algumas indústrias instaladas no sul da Bahia. A Delfi Cacau Brasil informou que os recebimentos estão normais. “Estamos cumprindo com os nossos compromissos de compra e recebimentos de matéria prima. Também informo que não estamos importando cacau. Todas nossas compras estão direcionadas para o mercado local”, afirmou Paulo Torres, Diretor da Delfi Cacau Brasil, na unidade de Itabuna.

Também procuramos a Cargill no Brasil, através de sua assessoria de imprensa e questões corporativas, mas até o fechamento da matéria não obtivemos retorno.
“Apesar da alta em bolsa, tanto em Nova Iorque como em Londres, o preço (da amêndoa) está caindo. Com as alterações da Instrução Normativa 47 que facilita e barateia à importação, o governo está matando o produtor de cacau que sempre teve na liquidez seu maior aliado”, desabafou Almeida.

Tags:

Fonte: Mercado do Cacau

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Novas variedades de amendoim são apresentadas aos produtores de amendoim do Oeste Paulista
Demanda por feijão de qualidade sustenta preços do mercado brasileiro
Mercado de arroz permanece pouco ofertado e com preços firmes no Sul do país
Paraná inicia colheita da segunda safra com perspectiva de recorde para a produção de feijão
Ibrafe: Há a chance de recorde de exportação de Feijão-preto