Federarroz vê sustentação de preços com o fim dos leilões da Conab

Publicado em 22/01/2013 07:23
O fim do programa de venda de estoques públicos anunciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e estoques privados restritos são os principais motivos para que o preço do arroz se sustente em níveis superiores a R$ 32,00 na entrada da safra 12/13. A expectativa é do vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) Daire Coutinho. Segundo ele, a menor disponibilidade de estoques em seis anos traduz-se na expectativa de uma entrada de safra com preços animadores.

Para Coutinho, em 2013, como ocorreu em 2012, parte dos arrozeiros gaúchos terá disponibilidade de soja para vender no primeiro semestre, podendo reter a oferta de arroz. “Há maior disponibilidade de armazenagem em nível de propriedade, cerealistas e cooperativas por conta da redução dos estoques públicos, o que também reduz a oferta e o volume do chamado arroz a depósito”, acrescenta o dirigente.

O dirigente arrozeiro lembra que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê redução de 51% no estoque inicial do Brasil na entrada da safra 2012/2013 em comparação com igual período do ano anterior. Apesar de previsões governamentais de um pequeno aumento na produção da atual safra, os produtores sabem que o momento é decisivo em relação à produtividade. Algumas regiões têm perdas climáticas. “Deve-se considerar a redução de 14% nos estoques, conforme projeta a Conab, que se somarão à safra para atender ao consumo nacional”, frisa.

O Brasil pode exportar mais do que o 1,3 milhão de toneladas previsto pela Conab, o que enxugaria os estoques. “Basta manter a média em janeiro e fevereiro”, diz Daire Coutinho. A Federarroz está atenta à comercialização proposta pelo governo federal e insiste na adoção de cotas de importação do Mercosul. “É inaceitável o mercado ser manipulado por importações especulativas e desnecessárias”, diz ele.

Além disso, o setor insiste junto aos órgãos oficiais sobre a necessidade do País desenvolver mecanismos que desonerem o arroz produzido, permitindo a exportação contínua e a fidelização dos mercados já conquistados.

“O produtor de arroz tem que valorizar o seu produto, estar atento às informações e garantir uma remuneração justa e adequada à produção. Esse é o nosso grande desafio no momento”, enfatiza Daire Coutinho, vice-presidente da Federarroz.

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Fonte: Federarrroz

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