Goiás, Minas e Distrito Federal podem ter vazio sanitário do feijão

Publicado em 10/05/2013 11:37
Para combater a mosca-branca, uma das pragas mais prejudiciais para produtores de grãos, o Estado de Goiás, a região Oeste de Minas Gerais e o Distrito Federal podem ter, a partir do próximo ano, um vazio sanitário. O período em que não deverá ter nenhuma planta viva de feijão nessas localidades deve ser de cerca de 40 dias. Esses três estados pretendem também lançar, no dia 15 de maio, um conjunto de ações de combate à praga.

As perdas econômicas causadas pela mosca-branca em Goiás para os produtores de soja, por exemplo, podem chegar a R$ 1,3 bilhões a cada safra, segundo dados da Embrapa Arroz e Feijão. Só na região de Cristalina, produtores de feijão reclamam prejuízos de R$ 202 milhões por ano ocasionados pela praga. Em uma lavoura infestada pelo inseto infectado, as perdas podem chegar a 69% da área atacada.

Produtores rurais, pesquisadores da Embrapa, representantes da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás e outras entidades ligadas ao setor se reuniram nesta quinta-feira (9), na sede da Faeg, para debater o tema e tentar encontrar alternativas para limar a praga no Estado. Segundo o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, é preciso ampliar o debate para definir a melhor data do vazio para cada região sem prejudicar nenhum produtor.

Os ataques da mosca-branca causam muitos prejuízos às plantas cultivadas no decorrer de seu desenvolvimento, ocasionando em curto prazo redução acentuada da produtividade e em longo prazo comprometendo de formação da planta. Os danos podem ser, caracterizados pelo amarelecimento de folhas, ramos e frutos, causado pela injeção de virus durante o processo de alimentação do inseto.

A pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão, Eliane Quintela, destacou que um dos grandes problemas para o controle da mosca-branca no sistema produtivo é a pós-colheita de cultivos como da soja, do feijão e do tomate. Isso ocorre porque os produtores não se desfazem dos restos culturais de forma correta, o que proporciona a perpetuação e consequente multiplicação dos insetos, que migram para outras lavouras.

A Embrapa sugere um vazio sanitário do dia 15 de setembro a 20 de outubro. Mas datas alternativas para diferentes regiões do Estado foram discutidas com a Agrodefesa para o encaminhamento de uma proposta de minuta para homologação da instrução normativa que regulamentaria o vazio sanitário. Além do vazio sanitário do feijão a Embrapa sugere outras ações para o combate à praga como: monitoramento do vírus, controle cultural, químico e biológico, manejo integrado de pragas, instalação de uma unidade piloto para monitoramento e capacitação de pessoal para fornecer assistência técnica para produtores rurais. Outras reuniões serão realizadas para tratar do assunto.

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Fonte: Faeg

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