Governo e produtores buscam avanços no manejo sustentável do cacau cabruca

Publicado em 22/05/2013 09:53

Até o final do mês de agosto, o governo do Estado, através da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), deverá publicar decreto disciplinando a questão da retirada de árvores exóticas e madeira caída nas áreas de cabruca, permitindo o manejo sustentável. Foi o que explicou o secretário da Sema, Eugênio Spengler, durante reunião realizada nesta segunda-feira (20), na Secretaria da Agricultura, com o secretário Eduardo Salles; Juvenal Maynart, superintendente da Ceplac na Bahia; Guilherme Pinto, presidente da Associação de Produtores de Cacau da Bahia (APC) e diretor da Faeb.  

Também participaram da reunião o superintende de Desenvolvimento da Agropecuária da Seagri (SDA), Raimundo Sampaio, Ednaldo Ribeiro, extensionista da Ceplac, Dan Érico Lobão, engenheiro florestal e pesquisador da Ceplac, e o técnico Demosthenes Carvalho.

A questão das árvores nativas é mais complexa e vai demandar discussões, ajustes na legislação federal e a realização de pesquisas científicas. Nesse sentido, ficou definido que a Ceplac encaminhará, até o final desse mês, um projeto de pesquisa, envolvendo 34 hectares e 12 fazendas na região cacaueira, para demonstrar a viabilidade econômica e ambiental do manejo sustentável do cacau cabruca na Mata Atlântica. O projeto visa ser referência na conservação produtiva e promover o desenvolvimento sustentável das regiões produtoras de cacau.

“O cacau cabruca foi e é o grande responsável pela conservação do que resta da Mata Atlântica na Bahia, mas precisamos de ações para alcançar a sustentabilidade econômica das fazendas que utilizam esse sistema, sob pena de, nos próximos anos, vermos as áreas de pastagens avançarem sobre a cabruca”, disse o secretário Eduardo Salles. Ele destacou que a preservação da Mata Atlântica na Bahia é dever de todos, e o manejo sustentável vai permitir aos produtores continuar preservando, devido ao incremento da produtividade e de outras receitas, dando viabilidade econômica às propriedades e impedindo o abandono destas.

De acordo com o superintendente da Ceplac, a o estudo científico pactuado será a base para o futuro, dando a base para a expansão do manejo sustentável do cacau cabruca. Ele enfatizou que “o produtor será fiel depositário da Mata Atlântica, podendo obter receitas de diversas formas”.

Com o manejo florestal, os produtores reivindicam o direito de retirar algumas árvores por ano, repondo-as em número muitas vezes maior. De acordo com Ednaldo Ribeiro Bispo, técnico chefe do Núcleo de Extensão da Ceplac, as bases da proposta estão fundamentadas na conservação produtiva, que tem o objetivo de garantir o uso, a conservação e a produção em um mesmo espaço, em provocar alterações substancias nas características básicas da floresta.

Ele explica ainda que o cacau cabruca é uma cultura de interesse econômico de baixo impacto ambiental, que substitui na sua implantação os elementos do sub-bosque e tem a proteção de árvores remanescentes. Eliminando o excesso de sombra, além de viabilizar o aumento da produtividade, estabelece-se importante fator de prevenção à Monilíase do Cacaueiro, praga existente no Peru e considerada uma das mais graves doenças da cacauicultura no mundo, que causa perdas entre 50% a 100% dos frutos produzidos) em território nacional.

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Fonte: Seagri-BA

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