Arrozeiros não aceitam congelamento do preço mínimo

Publicado em 05/07/2013 17:48
Federarroz protesta e pede revisão da medida governamental

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (RS) encaminhou ao ministro da Agricultura Antonio Andrade, nesta sexta-feira (5/7), cópia do documento enviado quinta-feira (4/7) ao secretário Nacional de Política Agrícola, Neri Geller, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), protestando contra a decisão governamental de congelar os preços mínimos de comercialização do arroz de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A medida excluiu estes estados do reajuste de 6% a 12% concedido aos valores do grão em todo o Brasil.

Os preços mínimos, referenciais para a compra do cereal pelo governo ou operação dos mecanismos de sustentação das cotações, estão congelados há cinco safras, desde 2009, no Sul do Brasil, região que responde por 75% da produção nacional do grão. No documento, a Federarroz pede transparência e igualdade de tratamento, e que o MAPA reconsidere a posição, reajustando em pelo menos 10% o preço mínimo: dos atuais R$ 25,80 por saca de 50 quilos, em casca (58x10), para R$ 28,40/50kg. O custo médio de produção da safra passada, segundo a própria CONAB, foi de R$ 32,20 e para a safra 2013/14 ficará acima deste patamar.

“Fomos surpreendidos pelo congelamento, ainda mais após três audiências, inclusive com o ministro Antonio Andrade, e o próprio secretário Geller, explanando que já na safra passada o valor estava bem abaixo do real custo de produção. É uma medida injusta e incompreensível, cuja razão de ser nos é desconhecida. Não há como entender o governo usar dois pesos e duas medidas se o critério alegado é custo de produção, que subiu em todas as regiões”, diz Renato Rocha, presidente da Federarroz.

Os arrozeiros gaúchos mobilizam parlamentares das bancada gaúcha para intercederem a favor da região e gestionar pelo atendimento igualitário no reajuste de preços mínimos.

Do lado de dentro da porteira, os produtores fazem sua parte. Há dois anos o setor controla a área de produção, investe em tecnologia e diversificação para equilibrar oferta e consumo. “Por isso, em 2012 e 2013 o governo não precisou intervir no mercado com recursos públicos, ao contrário do que houve em 2011, quando foram alocados mais de R$ 1 bilhão para sustentar os preços do grão. Isso não é levado em conta”, diz Renato Rocha.

Segundo ele, alguns defensivos subiram 70%, sem contar combustíveis, salários, fertilizantes, fretes, e outras despesas. “E a situação fica pior com a alta do dólar”, avisa. Os arrozeiros consideram que não há argumentos para o governo federal agir desconsiderando o Sul. “O que leva o governo a agir como se os insumos só subiram em outras regiões”? questiona Rocha.

O presidente da Federarroz afirma que o setor confia no senso de justiça do Ministro e dos secretários do MAPA para reverem essa posição. “Não há argumentos que justifiquem o tratamento desigual aos agricultores do Sul, quase todos eles pequenos e médios, que fornecem três quartos do arroz que chega à mesa brasileira”, finaliza.

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Fonte: Federarroz

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