Trigo: Indústria não é garantia de bom preço no mercado interno

Publicado em 10/06/2014 08:57

A inauguração de mais um moinho de trigo, na semana passada, em Ponta Grossa, região dos Campos Gerais, vem ao encontro à necessidade de o Brasil diminuir a dependência externa do cereal. Mais uma indústria deveria, em tese, representar mais segurança ao produtor e liquidez ao trigo nacional, em especial à produção regional. Mas nem sempre é isso que acontece. Tem produtor no Paraná que deixou de plantar o cereal mesmo morando ao lado do moinho. Cansou de ver o trigo importado chegando enquanto o seu produto perecia no armazém por falta de preço.

A indústria, infelizmente, não é garantia nenhuma de preço e mercado ao produto interno. É preciso mais do que isso. Ainda falta uma política de incentivo e estímulo à triticultura brasileira. Não dá para admitir, e o mundo também não consegue entender, como é que um país como o Brasil, o celeiro do mundo, não consegue ser autossuficiente em produção. Ter de importar praticamente a metade do consumo é no mínimo uma heresia para um país com as características e o potencial agronômico do Brasil.

No ano passado, por causa de problemas climáticos, a produção caiu a 5,5 milhões de toneladas e ampliou a dependência externa para mais de 70% do consumo. Em 2014, com área maior e clima favorável, a expectativa é alcançar mais de 7 milhões de toneladas. Num primeiro momento, parece que vamos importar menos trigo, já que a produção é maior. Na prática, porém, tudo vai depender de preço. Porque se estiver mais interessante trazer o cereal de fora, os moinhos não hesitarão em fazê-lo.

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Fonte: Gazeta do Povo

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