Em coletiva na Farsul, Ministério mantém preço mínimo do trigo

Publicado em 11/06/2014 08:49

O presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, lamentou a decisão, anunciada hoje pelo Ministério da Agricultura, de manter o preço mínimo do trigo para a safra 2014/2015.

No entanto, elogiou o anúncio de que a Conab deve rever as planilhas de custos de produção para o próximo ano-safra, abrindo espaço para a elevação do valor. "Houve consenso quanto ao futuro, mas discordamos em relação ao que está posto para a safra anterior e a atual", disse Sperotto, referindo-se ao preço mínimo de R$ 28,67, a saca, e à falta de mecanismos que impeçam a retirada da Tarifa Externa Comum (TEC) de 10% para importação do cereal de fora do Mercosul.

A informação de que o preço mínimo não seria alterado, apesar da sugestão dos produtores, foi dada pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, após reunião realizada nesta terça-feira (10), na sede da Farsul, em Porto Alegre. As entidades representativas dos agricultores alegam que o cálculo de custos da Conab resulta em valores inferiores aos praticados no campo, por não levar em conta novas tecnologias aplicadas na lavoura. Paludo explicou que em outubro são fechadas as tabelas de custo de produção e são feitas as indicações de preços mínimos para o próximo ano. Por essa questão legal, não será possível rever a metodologia utilizada, disse Paludo, mas o secretário garantiu algumas revisões já nos próximos meses. “Em julho e agosto, devemos trabalhar em cima dos ajustes nos pacotes tecnológicos, com acompanhamento por parte das entidades do setor dos painéis da Conab", salientou Paludo. A tecnologia usada para o cálculo dos custos de produção atual tem defasagem de dois anos, informou. “As inovações tecnológicas usadas pelos produtores acarretam em aumento de custos e devemos usar um pacote mais real ao que está sendo usado no campo para fazer este cálculo”, explicou o secretário.

Para o presidente da Fecoagro, Paulo Pires, que participou da reunião, a preocupação é o escoamento da safra, já que há um montante significativo da safra anterior em estoque e há tendência de crescimento da produção no Estado. Sperotto defende a manutenção da Tarifa Externa Comum (TEC) de 10% como forma de incentivar a comercialização das 800 mil toneladas estocadas no Rio Grande do Sul. “Tecnicamente, o trigo produzido no Estado é bom, precisamos discutir o destino deste produto. Temos uma expectativa de crescimento muito grande no Rio Grande do Sul, já que o país importa mais de 6 milhões de toneladas por ano”, destacou Sperotto. Segundo o secretário, as indústrias do nordeste necessitam entre 1 milhão e 1,3 milhão de toneladas e defendem a retirada da TEC para países de fora do Mercosul. “A questão da TEC não entrou em pauta da última reunião da Camex, mas deve entrar na próxima. Ao nosso ver, é preciso encontrar uma maneira mais cautelosa de atender a esta demanda, sem prejudicar a comercialização do Rio Grande do Sul”, defendeu o secretário. Sperotto aproveitou para reforçar a posição da entidade e disse que vai trabalhar novamente com os ministros em Brasília para que a TEC não entre novamente em pauta.

Para a safra que está sendo plantada, Paludo afirmou que, os preços caindo abaixo do mínimo, o Governo tem mecanismos, como o Pepro, para garantir o mínimo ao produtor. “Temos que criar um ambiente propício à comecialização com travas ou mecanismos que limitem as importações, pois o governo tem interesse em tornar o país autossuficiente em relação ao trigo”, explicou o secretário.
Participaram da reunião com Paludo, representantes da Fecoagro, da Associação Brasileira de Produtores de Sementes, do Sistema Farsul e da Conab.

ICMS
Sperotto acredita que nos próximos dias deve haver uma decisão por parte do Governo do Estado em relação ao pedido de redução da alíquota do ICMS de 8% para 2%, feito pela Farsul. A questão já passou pela Secretaria da Fazenda do Estado e pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Trigo. “Nossa proposta é de redução do ICMS até o fim de agosto e, caso a TEC seja retirada e ainda reste estoque no Rio Grande do Sul, a redução se manteria por igual período de isenção da TEC”, explicou o presidente.
 
Seguro Rural
Para o presidente da comissão de Crédito Rural da Farsul, Elmar Konrad, o seguro rural melhorou, mas ainda está aquém da necessidade. “A preocupação é de que a mudança na metodologia não pode dificultar o acesso ao seguro’, explicou Konrad. O secretário afirmou que mais importante que a quantidade disponibilizada pelo governo é a qualidade deste produto ao produtor. “Não pode ser caro e tem que ter um nível de cobertura que quando o produtor precisar por motivos climáticcos tenha acesso”, destacou o secretário. Para isso, estão sendo propostas mudanças dentro do comitê gestor e algumas podem entrar em vigor ainda este ano.

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Farsul

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