Leilões terão pequenos lotes e baixa oferta de arroz

Publicado em 12/09/2014 10:34
Reunião selou acordo entre o MAPA e a cadeia produtiva para uma liberação parcial dos estoques, em leilões com pequenos lotes e de baixo impacto no mercado.

Nesta quinta-feira (11/9) o governo federal deu ótima notícia para arrozeiros gaúchos a respeito dos leilões de estoques públicos: representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da cadeia produtiva do arroz se reuniram em Brasília (DF) e selaram um acordo que tranquiliza o mercado e os produtores. Apesar de ratificada a necessidade de a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizar leilões do cereal de seus estoques para cumprir compromissos e metas, técnicos e dirigentes do MAPA se comprometeram em que a disponibilização do arroz será parcial e fragmentada em volumes de 30 mil toneladas. O objetivo é interferir o mínimo possível no mercado.

Atualmente, o estoque público soma 545 mil toneladas de arroz em casca, remanescente das últimas seis safras. É o menor da década e uma das razões dos preços médios aos produtores manterem-se estáveis. Os técnicos do governo federal revelaram que o MAPA agirá com cautela, pois tem o interesse de que a indústria brasileira absorva o volume disponibilizado ao invés de comprar matéria-prima fora do País.

“Ficou claro que o governo federal agirá com parcimônia, de maneira estratégica e de acordo com a cadeia produtiva para que nenhuma das partes tenha prejuízos. Por suas contingências, a Conab precisa liberar parte do produto armazenado, mas haverá cuidado para não prejudicar os agricultores”, revela Henrique Osório Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), que acompanhado do vice-presidente de Mercado da entidade, Daire Coutinho, foi ao encontro com representantes da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), técnicos do MAPA, como José Maria dos Anjos, e o secretário de Política Agrícola, Seneri Paludo. A decisão tem a anuência do ministro da Agricultura, Neri Geller.

Segundo Dornelles, o Preço de Liberação de Estoques (PLE), em R$ 33,48 por saca de 50 quilos (58x10), é referencial, mas não quer dizer que a cotações no mercado livre, atualmente em torno de R$ 36,00 no Estado, devam cair a este patamar. “Até mesmo em razão da pequena oferta de cada leilão”, reconhece. O primeiro leilão desta temporada está previsto para o próximo dia 25 de setembro, ofertando 30 mil toneladas de arroz em casca depositado no Rio Grande do Sul. A segunda operação em bolsa acontecerá em nove de outubro, também de 30 mil toneladas.

No entanto, governo federal e cadeia produtiva agendaram a avaliação da primeira oferta para o dia 26 de setembro, com o objetivo de ajustar as estratégias futuras. Um calendário prévio com os leilões nos dias 25 de setembro, nove e 23 de outubro, seis e 20 de novembro e quatro de dezembro foi divulgado. Os dirigentes do MAPA ressaltam que parte da agenda pode não ser cumprida. “O mercado será avaliado antes de novo leilão”, explica Seneri Paludo.

O Ministério da Agricultura está se cercando de cuidados, pois tem consciência de que poderá não recompor seus estoques no próximo ano devido aos baixos valores fixados para o preço mínimo, em R$ 27,25, para a saca de 50 quilos, em casca (58x10). Razão pela qual projeta ofertar até o final do ano apenas um terço de suas disponibilidades.

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Fonte:
Federarroz

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