Expectativas para o trigo da Argentina só crescem; país pode ser bastante competitivo

Publicado em 02/01/2017 10:36

A expectativa de uma colheita abundante de trigo para a Argentina só aumentou quando a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) também aumentou as suas perspectivas.

A BCBA - que com uma estimativa da produção de trigo argentina de 12,5 milhões de toneladas em 2016/17 fez parte das previsões mais negativas - aumentou sua estimativa para a colheita, agora de 15 milhões de toneladas.

A atualização - que ficou acima das previsões do Conselho Internacional de Grãos e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), mas permaneceu abaixo da estimativa da semana passada do próprio Ministério da Agroindústria da Argentina - refletiu uma avaliação melhor da área semeada.

Os resultados preliminares de imagens de satélite "incluíram uma área maior plantada com trigo" nesta temporada, com a estimativa aumentada em 400 mil hectares, chegando assim a 4,7 milhões de hectares.

As estimativas de área foram feitas nas regiões compreendendo o sudeste da província de Buenos Aires e o Núcleo Norte, no cinturão do trigo, onde a estimativa do plantio foi aumentada por 230.000 hectares, alcançando 730.000 hectares.

'Impacto positivo'

O aumento no plantio reflete "uma mudança no regulamento, que gerou um impacto positivo nas intenções de plantar o cereal", disse a BCBA, uma referência à suspensão por parte do novo governo de tarifas de exportação e controles de volume do trigo.

No entanto, apesar das estimativas crescentes para a produção, com a Argentina tendo maior probabilidade de registrar sua maior colheita em seis anos, os suprimentos do país sul-americano não foram oferecidos desta vez a um leilão da Gasc, órgão do Egito, que é o principal país importador de trigo.

Das 11 cargas oferecidas à Gasc, todas vieram do Mar Negro, principalmente da Rússia, que tem dominado as vendas para o órgão em 2016/17.

No leilão anterior da Gasc, na semana passada, foram oferecidas duas cargas de trigo argentino - ambas compradas pelo órgão, com o baixo custo das ofertas compensando o aumento dos custos de frete do transporte do grão por meio do Atlântico.

A Argentina pode ser competitiva?

O fracasso de oferecer trigo argentino desta vez pode ser uma indicação de que o país não tem pressa de receber os lucros de uma boa colheita de trigo.

"O baixo preço do trigo oferecido no último leilão foi um bom anúncio de que a Argentina pode competir", disse um trader britânico ao site Agrimoney.

"Mas pode ser que a Argentina tenha vendido o suficiente por agora e não queira continuar com o preço mais baixo."

Acredita-se que o trigo argentino também tenha tido uma ordem por parte da Argélia de 490 mil toneladas há duas semanas, o que teria influenciado a não-participação no leilão, além de ser o fornecedor padrão do cereal para o Brasil.

Tradução: Izadora Pimenta

Fonte: Agrimoney

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Novas variedades de amendoim são apresentadas aos produtores de amendoim do Oeste Paulista
Demanda por feijão de qualidade sustenta preços do mercado brasileiro
Mercado de arroz permanece pouco ofertado e com preços firmes no Sul do país
Paraná inicia colheita da segunda safra com perspectiva de recorde para a produção de feijão
Ibrafe: Há a chance de recorde de exportação de Feijão-preto