Produção de cereais na América Latina e no Caribe em 2017 superou em 20% o nível de 2016

Publicado em 13/12/2017 09:11
Segundo a FAO, a produção de cereais da região atingiu 259 milhões de toneladas, fruto, em grande parte, da produção recorde de milho da Argentina e do Brasil

Segundo novo relatório da FAO, a produção de cereais de 2017 na Argentina e no Brasil deve atingir níveis recordes. Enquanto que no Caribe o impacto dos furacões poderia resultar em uma menor produção agrícola para os plantios da segunda temporada, o que geraria um mpacto negativo na segurança laimentar dos países afetados.

Segundo a última edição do relatório Perspectivas de colheita e situação alimentar (disponível somente em inglês), a produção agregada de cereais na América Latina e no Caribe em 2017 se projeta em 254,9 mihoões de toneladas. Isso representa um grande aumento – de 20% - em comparação com a produção de 2016. A maior parte desse aumento é produto dos resultados recorde da produção de mihlo em Argentina e Brasil.

Na América Latina e no Caribe, apesar da diminuição interanual moderada no México (o maior produtor da região), estima-se que a produçao total de cereais se manterá acima da média.

América do Sul

A colheita dos plantios de milho para 2018 está bastante avançada na subregião. Na Argentina se espera que as colheitas do próximo ano aumentem em 3,7% em relação aos níveis de 2016, alcançando 8,8 milhões de hectares.

No Brasil, somente o plantio da primeira temporada é estimada em 5 milhões de hectares, 10% abaixo do nível de 2017. A diminuição reflete, principalmente, preços mais baixos e ampla disponibilidade.

A produção de milho de 2017 na América do Sul é estimada pela FAO em 162,5 milhões de toneladas – valor recorde -, o que reflete os superávits produtivos da Argentina (49,5 milhões de toneladas) e do Brasil (99,4 milhões de toneladas), fruto de plantios recorde.

Esperam-se produções na média ou levemente acima do promédio na Colômbia, no Equador, na Bolívia e no Peru. Por outro lado, no Chile se estima que a colheita de milho de 2017 será 7% inferior ao nível do ano passado como resultado de cultivos menores em vista da diminuição de preços.

A FAO estima que a produção de trigo de 2017 alcançará 26,5 milhões de toneladas, 9,2% abaixo do valor do ano passado, principalmente por conta de resultados ruins da Argentina e do Brasil, que plantaram menos neste ano.

No Paraguai, a produção de trigo é estimada em 700 mil toneladas, o menor nível registrado nos últimos dez anos. No Chile, prevê-se que a produção de trigo declinará a 1,2 milhões de toneladas ou 31% abaixo do nível de 2016. Por outro lado, no Estado Plurinacional da Bolívia, esperam-se 233 mil toneladas, em torno de 29% a mais do que 2016, mas ainda abaixo da média dos últimos cinco anos.

Mesoamérica e o Caribe

O prognóstico da FAO para a produção agregada de milho da subregião em 2017 foi recentemente revisado e avaliado em alta – 29,7 milhões de toneladas -, menor quando comparado ao nível record do ano passado, mas ainda muito acima da média dos últimos cinco anos.

No México, a produção de milho em 2017 é estimada em 26 milhões de toneladas, valor significativamente abaixo do produzido em 2016. Já a produção de trigo é estimada em 3,6 milhões de toneladas, volume bem acima se comparado ao promédio dos últimos cinco anos.

Haiti: único país da região que requer assistência alimentar 

Somente um país da América Latina e do Caribe é considerado pela FAO estar em situação de insegurança alimentar localizada severa: o Haiti.

Segundo o relatório, a caracterização é produto de períodos de secas recorrentes em 2014 e 2016, unidos com os efeitos dos furacões Matthew e Irma, em 2016 e 2017, respectivamente. Estima-se que 1,32 milhões de pessoas necessitam de assistência alimentar no Haiti.

No Haiti, a produção de milho para 2017 é incerta. A produção da principal temporada (printemp), que normalmente representa em torno de 60% da produção total do Haiti, é esperada a atingir um nível inferior ao de 2016. O rendimento dos cultivos de 2017 foram afetados negativamente por secas prolongadas entre junho e julho.

Adicionalmente, os plantios para a colheita de milho da segunda temporada se viram afetados pelo furacão Irma em setembro, particularmente no norte e no centro do país, provocando impactos negativos nas perspectivas de produção.

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Fonte: FAO ONU

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