Conab estima produção brasileira de grãos em 229,7 milhões de toneladas na safra 2017/18

Publicado em 12/06/2018 09:02

A segunda maior colheita de grãos do Brasil prevê uma produção de 229,7 milhões de toneladas, de acordo com o 9º Levantamento da Safra de Grãos 2017/2018, divulgado nesta terça-feira (12), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A área também manteve o destaque de maior da série histórica, representada por um cultivo que se estende por 61,6 milhões de hectares.

Apesar da queda de 3,4% em comparação à safra passada, quando alcançou 237,7 milhões de toneladas, este número ainda está acima da média de produção nacional, levando-se em conta um período de condições atmosféricas normais. Com referência ao último levantamento, a estimativa total da safra mostra uma diminuição de 2,9 milhões de toneladas. Este fato deve-se aos impactos climáticos no milho segunda safra, mas conta com a ajuda das boas produtividades alcançadas pela soja e o milho primeira safra que já tem a colheita perto do fim.

No pico de volume, estão o milho total e a soja, esta última responsável pelo desempenho produtivo e cujo avanço da colheita vem confirmando a boa produtividade de 3.359 kg/ha, próxima do recorde passado de 3.364 kg/ha. A leguminosa chega a 118 milhões e o cereal, 85 milhões de toneladas. Já o milho segunda safra que responde por 70% da colheita total, alcançou 58,2 milhões de toneladas, cabendo à primeira safra 26,8 milhões de t.

Na ordem de aumento da produção, vem o algodão em pluma, com um volume de 1,9 milhão de toneladas, com registro de 28,1% a mais que a safra anterior. O feijão segunda safra também mostra bom desempenho, com um aumento de 10,9% e colheita de 1,3 milhão de toneladas.

Área – A estimativa aponta para a maior área semeada no país, com 61,6 milhões de hectares. O aumento é de 1,1% ou 693,2 mil ha em relação à safra passada. A área destinada ao feijão e às culturas de inverno respondem por esta pontuação. Na ordem crescente de ganho da área plantada, vem a soja que sai de 33,9 para 35,1 milhões de ha e ganho absoluto de 1,2 milhão de hectares, o maior entre todas as culturas. E na sequência, vem o algodão que alcançou 1,2 milhão de ha, com acréscimo de 236,9 mil ha, e o feijão segunda safra, com 1,5 milhão de ha, graças ao aumento de 121,5 mil ha.

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Conab cita "impacto climático" e corta estimativa para safra de milho do Brasil

Por José Roberto Gomes

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil deverá produzir 58,2 milhões de toneladas de milho na segunda safra deste ano, cuja colheita recém começou, projetou nesta terça-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que em maio apostava em um volume maior, de 62,9 milhões.

O corte decorre de "impactos climáticos", destacou a Conab, referindo-se à estiagem entre abril e maio que afetou as lavouras em uma fase importante de desenvolvimento, uma vez que tinham sido plantadas fora da janela ideal após o atraso na colheita de soja.

"Apesar de a temperatura não ter alcançado valores tão elevados ao longo de abril e maio, o déficit hídrico foi bem relevante no Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, em parte de Minas Gerais, Goiás, na região produtora do Maranhão, Piauí e Tocantins, o que reduziu a produtividade média", afirmou a Conab, em relatório.

A companhia espera que o país colha, em média, 5,029 toneladas por hectare, frente a 5,564 toneladas em 2016/17.

A produção, caso se confirme, representaria um tombo de 13,6 por cento ante o recorde de 67,38 milhões de toneladas observado no ciclo anterior. Isso tende a elevar os preços do cereal no mercado doméstico, pressionando a indústria de carnes, que depende da commodity para rações.

Segundo a Conab, a safra total de milho, considerando-se também a colheita de verão, já finalizada, deve alcançar 85 milhões de toneladas em 2017/18, contra 89,20 milhões na previsão de abril e 97,84 milhões em 2016/17.

Apesar de uma menor oferta neste ano, a Conab ainda mantém sua projeção de exportação de 32 milhões de toneladas pelo Brasil, acima das quase 31 milhões do ano passado.

SOJA

Com relação à soja, a Conab voltou a elevar sua estimativa de produção a um novo recorde, agora em 118,04 milhões de toneladas, de 116,99 milhões na previsão passada e 114,07 milhões em 2016/17.

A oleaginosa levantou preocupações durante o plantio por causa de uma seca, mas depois o tempo melhorou e, durante a colheita, o mercado se surpreendeu com boas produtividades.

O país é o maior exportador global da commodity em grão. Segundo a Conab, deve embarcar 72 milhões de toneladas neste ano, ante 69 milhões na estimativa de maio e 68,15 milhões no ano anterior.

Apesar da revisão para cima na soja, a redução no milho deve pesar sobre o total de grãos e oleaginosas que o Brasil deve produzir em 2017/18. A Conab cortou sua estimativa para 229,70 milhões de toneladas, de 232,60 milhões anteriormente e 237,7 milhões em 2016/17.

(Por José Roberto Gomes)

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Fonte: Conab/Reuters

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