Federarroz: Novos mercados, logística e qualidade foram temas de live sobre exportação de arroz

Publicado em 28/05/2021 16:30
Evento realizado pela Federarroz e Irga destacou a importância de se criar uma cultura de exportação e de agilidade nos processos de logística

Esclarecer a exportação de arroz, suas particularidades e importância foi o tema da live realizada nesta sexta-feira, dia 28 de maio, pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga). Participaram o presidente da Federarroz, Alexandre Velho, o diretor comercial do Irga, João Batista Gomes, e o diretor da Expoente, Guilherme Gadret da Silva.

Velho abriu a live afirmando que a busca por novos mercados tem sido o foco da entidade há muito tempo e citou como exemplo o trabalho feito para a entrada do arroz brasileiro no México. “Trata-se de um destino muito importante em função do seu tamanho do mercado, importando em torno de 800 mil toneladas de arroz por ano. Tradicionalmente, a compra é feita dos Estados Unidos, mas a partir do ano passado conseguimos começar a enviar arroz para o território mexicano”, colocou, lembrando que outros destinos estão sendo buscados, como é o caso do Panamá. “A logística deste país é fundamental, pois, em função do Canal do Panamá, permite acesso a vários destinos de países próximos”, pontuou.

O presidente da Federarroz disse ainda que é preciso ter uma tradição maior nas exportações, colocando que somente entre 10% e 15% do que é produzido vai para a venda externa. Segundo Velho, a projeção para este ano é de uma exportação de 1,3 milhão de toneladas e, se este número se confirmar, irá influenciar no estoque de passagem, que está “diretamente ligado à conservação deste volume de embarque, o que certamente poderá trazer uma influência de preços para a próxima colheita”. O dirigente ainda ressaltou a importância do Terminal Logístico de Arroz para agilizar o processo de envio para outras nações. O primeiro embarque ocorreu este ano, com destino à Costa Rica.

O diretor comercial do Irga, por sua vez, falou que o regimento interno do Instituto traz como uma de suas diretrizes a exportação e o aumento do mercado de consumo. “Tenho metas para buscar nesse sentido e somar ao que está sendo feito. O Irga precisa se integrar às entidades e unir esforços para obtermos sucesso. Temos uma safra espetacular e hoje na comissão de mercado e comercialização do Instituto estamos tratando da questão de mercado, adequando uma metodologia de trabalho que possa contribuir com todo este processo”, afirmou.

O diretor da Expoente, Guilherme Gadret da Silva, falou sobre a qualidade do grão a ser exportado e como funciona o embarque do arroz. Afirmou que tanto o produtor quanto cooperativas ou indústrias podem exportar. Com relação ao volume, salientou que normalmente é feito com um múltiplo de caminhões, “mas se um produtor pequeno quiser vender uma carreta, 600 sacos de arroz, pode fazê-lo”.

Quanto à logística, Silva informou que normalmente as tradings trabalham com o arroz já colocado no porto. “Geralmente, as empresas de fora não querem se envolver, até por uma questão tributária no mercado interno brasileiro. Portanto, a etapa do produtor nos embarques passa pela venda do arroz, qualidade, quantidade, frete e entrega do produto no porto”, explicou, lembrando que a necessidade de ter uma trading no processo se deve ao volume, uma vez que estas empresas trabalham com vários produtores.

Na questão fitossanitária, Silva comentou que governo e empresas fazem um trabalho para abrir novos mercados, mas é necessário, como tema de casa, ter cuidados internos em relação à qualidade e produtos que estão sendo aplicados nas lavouras. “Devem ser utilizados produtos liberados no Brasil e nomeados para a cultura do arroz”, destacou, lembrando que alguns destinos, como Estados Unidos e Europa, têm restrições a residuais de produtos. “O Brasil, no entanto, tem bastante controle sobre esta questão”, enfatizou.

Silva também falou sobre os custos da exportação a partir do porto, que passam a ser de responsabilidade das empresas compradoras, geralmente uma trading. “O arroz, para chegar dentro do navio, tem os custos do armazém portuário, frete do armazém para o porto, entre outros. Todos esses custos precisam ser avaliados e considerados para se chegar a um preço final do produto exportado”, observou.

Na questão dos destinos, qualidade e competidores, o especialista salientou que é preciso ter foco em questões comerciais ou qualitativas. O continente americano tem negociado dentro do seu território, assim como o asiático, então o Brasil compete com os Estados Unidos e os demais concorrentes do Mercosul, Uruguai, Paraguai e Argentina, principalmente, para destinos na América do Sul e América Central. “Cada vez mais o mercado internacional vai ser direcionado para intrablocos”, ressaltou.

Fonte: Federarroz

NOTÍCIAS RELACIONADAS

ANA e INPE lançam publicação que atualiza dados sobre irrigação de arroz no Brasil
Abiarroz intensifica ações para abertura do mercado chinês ao arroz brasileiro
Federarroz monitora situação das chuvas em lavouras arrozeiras gaúchas
CNA debate área plantada de soja e milho no Brasil
Ibrafe: Preços já estão 40% abaixo do praticado no ano passado.