Fórum Nacional discute entraves na comercialização do trigo

Publicado em 19/04/2010 09:13
Aumentar a produtividade e reduzir os custos de produção no trigo eram as exigências da agricultura brasileira na década de 70, hoje o desafio é garantir a liquidez do cereal.

Mesmo com a frustração de safra na maioria dos estados produtores, o Rio Grande do Sul precisou da ajuda do Governo para escoar mais de 80% da safra. Este é o cenário que vai orientar as discussões no V Fórum Nacional do Trigo, que acontece nos dias 11 e 12 de maio, em Erechim, RS.

Nem sempre reconhecido como uma commoditie, o trigo compõe uma cadeia produtiva que movimenta cerca de R$ 18 bilhões por ano no Brasil. O conjunto de segmentos que trabalham com o cereal gera cerca de um milhão de empregos e arrecada, anualmente, cerca de R$ 5,2 bilhões de impostos e taxas.

A indústria de derivados do trigo é uma das cinco mais importantes na área de produtos alimentares. Segundo o USDA, a demanda mundial de trigo deve crescer 50% nos próximos 30 anos e o Brasil tem capacidade de participar mais efetivamente do abastecimento desse mercado.

Em 2009, o Brasil produziu 5 milhões de toneladas (t.) de trigo e importou outros 5,4 milhões de t.. Mesmo com uma produção insuficiente para abastecer a demanda, os armazéns continuaram lotados durante quase seis meses após a colheita.

O excesso de umidade em lavouras de SC, PR, MS, MT, GO e DF resultou em safras frustradas em função de doenças, como brusone e giberela, além de fatores como acamamento e germinação na espiga, que comprometeram um pouco da qualidade dos grãos. Contudo, no Rio Grande do Sul o clima foi um aliado - com inverno frio e seco, o trigo resultou em PH estável e bom rendimento – mas a produção de 1,8 milhões de t. ficou sem mercado e precisou do Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) para negociar 1,5 milhões de t.

Segundo o analista da Área de Comunicação e Negócios da Embrapa Trigo, Osvaldo Vieira, as discussões sobre trigo estão passando do enfoque técnico de produção para fatores de comercialização: “o produtor já domina a tecnologia para produzir trigo e dispõe de uma assistência técnica formada por profissionais cada vez mais especializados. O problema, no momento, são os entraves para vender o trigo com liquidez e valorização no mercado”.

“Nesta quinta edição do Fórum, vamos trazer temas que permeiam o ambiente dos diversos atores da cadeia produtiva do trigo, numa visão multissetorial que vai contemplar desde o panorama mundial da produção até instrumentos e políticas públicas, apontando oportunidades e ameaças na triticultura nacional”, esclarece o coordenador geral do evento, Paulo Silva, da Emater/RS-ASCAR.

O V Fórum Nacional do Trigo acontece no Pólo de Cultura de Erechim, RS, com abertura oficial na noite de 11/05 (palestra de abertura: Contextualização do Trigo no Brasil) e, no dia 12/05, a palestra “Perspectivas de mercado para a safra 2010” e programação com quatro painéis: Desafios para a produção nacional competitiva; Classificação, segregação e armazenagem; Preço mínimo e Instrumentos de apoio à comercialização; e Visão do Sistema Produtivo – fatores impulsores e restritivos na visão das cooperativas. A promoção é da Emater/RS-ASCAR, Embrapa Trigo e Prefeitura Municipal de Erechim.

Tags:

Fonte: Fátima News

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Novas variedades de amendoim são apresentadas aos produtores de amendoim do Oeste Paulista
Demanda por feijão de qualidade sustenta preços do mercado brasileiro
Mercado de arroz permanece pouco ofertado e com preços firmes no Sul do país
Paraná inicia colheita da segunda safra com perspectiva de recorde para a produção de feijão
Ibrafe: Há a chance de recorde de exportação de Feijão-preto