Preços do feijão devem subir mais 10% até o final de junho

Publicado em 19/05/2010 07:15
A tendência de alta nos preços do feijão deve permanecer até o fim de junho. De acordo com Marcus Vinicius Calgaroto, economista e analista da Safras & Mercado, o valor da saca de 60 quilos do grão ainda pode aumentar até 10%. "Os preços não vão cair em julho com a chegada da terceira safra."

Segundo Calgaroto, a estimativa é de que após o avanço, os valores se mantenham estáveis, mas apenas em julho, quando devem manter-se na faixa de R$ 170. "Os preços do feijão carioca no atacado hoje (19), em São Paulo, estão cotados entre R$ 160 e R$ 165."

Para o analista, se houver queda no valor da saca, nos próximos dois meses, será em função de alguma intervenção por parte do governo federal, com a realização de leilões. "Mesmo assim, será pouco. Retração de até no máximo 5%", calcula.

A segunda safra, a chamada safra da seca, hoje (19) está em fase de colheita, com aproximadamente 50% concluída. Projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta uma produção total de feijão para esta temporada de 3,34 milhões de toneladas, ante as 3,5 de 2008/2009. Para esta segunda safra, a Conab prevê o montante de 1,2 milhão de toneladas de feijão.

Levantamento da Safras & Mercado mostra para a terceira safra de feijão carioca, que deve iniciar em julho, um rendimento de 752,2 mil toneladas. Em 2009, os estados responsáveis por puxar a produção da terceira safra, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Santa Catarina, esta em menor proporção, somaram 774,5 mil toneladas de feijão.

De acordo com último estudo da Conab, da safra anterior para esta houve redução de 14,5% de área cultivada de feijão, e como consequência queda de 14,1% na produção nacional.

No ano passado, o Brasil plantou 4,1 milhões de hectares e feijão. Para Fábio Aurélio Dias Martins, engenheiro agrônomo, especialista em solo e nutrição de planta, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), na região de Patos de Minas, os preços podem cair até 42,86%, passando dos cerca de R$ 140 para R$ 80. "Na época da safra das águas [primeira safra, em fevereiro] os preços caíram ao patamar de R$ 60", diz.

Ainda de acordo com Martins, o feijão carioca mineiro da terceira safra deve ser de boa qualidade. "A tendência é ser claro, com cor uniforme e bem calibrado", diz.

A região deve render, segundo o agrônomo, uma média de três mil sacas por hectares, com produtividade de 2,5 mil quilos por hectare. "Nos últimos 15 dias houve chuva forte, depois a temperatura caiu bastante, mas não a ponto de comprometer a safra."

Para Martins, as regiões do rio Paranaíba e de São Gotardo podem sofrer com geada. "Mas lá o feijão não é a principal cultura de rotação de inverno. A primeira opção é o cultivo de trigo."

O mercado do feijão preto, de acordo com analise da Corretora de Mercadorias (Correpar), está parado, no Rio de Janeiro. O grão cotado entre R$ 75 e R$ 80 no Paraná apresenta a possibilidade de aumento de oferta de feijão danificado pelas chuvas. Segundo Calgaroto, da Safras & Mercado, a Argentina deve novamente suprir a demanda interna do País, já que responde por quase 90% das importações do Brasil. "Devemos importar entre 95 e 100 mil toneladas de feijão preto. Em 2009 compramos 90 mil." Além da Argentina, o Brasil importa, a partir de junho, em menor quantidade, o grão da Bolívia, China e Bélgica. "Em último caso."

O consumo nacional de feijão, segundo projeção da Safras & Mercado diminuiu 1,41% do ano passado para este. De 3,55 milhões de toneladas, para 3,5 milhões. Os estoques de passagem estimados pela consultoria, em 2009, mostram, 235,4 mil toneladas e para este ano 361,3 mil.

Novas cultivares

De acordo com Martins, da Epamig, três novas cultivares de feijão serão lançadas no próximo dia 26, na Fazenda Experimental da Empresa, localizada em Patos de Minas. "As novas sementes BRSMG Majestoso, com alta produtividade, a Madreperola, do grupo carioca, ideal para armazenar e de cor mais clara, e a União, do grupo jalo, de grão maior e ciclo mais curto foram testadas em mais de 40 ambientes diferentes no Estado de Minas, durante várias safras e são adaptadas a todas as regiões de Minas."

A tendência de alta do preço do feijão deve permanecer até o fim de junho. De acordo com Marcus Vinicius Calgaroto, economista e analista da Safras & Mercado, o valor da saca de 60 quilos do grão pode aumentar até 10%. "Os preços não vão cair em julho com a chegada da terceira safra."

Segundo Calgaroto, a estimativa é que, depois do avanço, os valores se mantenham estáveis, mas apenas em julho, quando devem manter-se na faixa de R$ 170. "Os preços do feijão-carioca no atacado hoje, em São Paulo, estão cotados entre R$ 160 e R$ 165."

Para o analista, se houver queda do valor da saca nos próximos dois meses, será em razão de alguma intervenção do governo federal, com a realização de leilões. "Mesmo assim, será pouco: uma retração de até no máximo 5%", calcula.

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Fonte:
DCI

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