Arroz: Brasil exporta mais, mas os preços enfraquecem no mercado interno

Publicado em 24/05/2010 07:46 e atualizado em 24/05/2010 08:51
O país aumentou em mais de 250% as exportações em abril, reduziu as compras do Mercosul, não comprou nada da Ásia, mas os preços perderam força na última semana no mercado nacional

Em uma semana de boas notícias, o mercado parece que se manteve de ouvidos fechados e apresentou novo enfraquecimento nos preços praticados ao produtor e até mesmo no fardo de arroz beneficiado. Segundo o indicador Arroz em Casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BVMF, na última sexta-feira uma saca de 50 quilos (58x10) colocada na indústria gaúcha era cotada a R$ 27,86, acumulando uma queda de 3,03% no mês. Em uma semana, a saca caiu R$ 0,43 por esse indicador.

Em dólar, equivale a US$ 14,97, uma queda de 9,49% nas três primeiras semanas de maio, refletindo em muito as oscilações cambiais provocadas pela crise econômica na Europa. Na semana, o indicador apontou média de R$ 28,06 para a saca de 50 quilos do produto em casca comercializada no Rio Grande do Sul, com retração de 1,13% nos preços. Em dólar, equivale a US$ 15,26, com queda de 4,15% só nessa semana.

No mercado livre gaúcho a saca de arroz segue com negócios concretizados – não muitos – ao nível médio de R$ 28,00, com a mesma queda-de-braço na qual a indústria força para baixo o preço tentando repassar as concessões que vem fazendo ao varejo nos últimos dias para o fardo de arroz. Com negócios bastante trancados, e uma demanda enfraquecida, cada vez mais indústrias realizam concessões e operam abaixo do mercado. A medida, embora busque garantir posicionamento, também pode levar a uma situação na qual as indústrias não consigam retomar os preços anteriores, o que sempre é um risco. Assim, preços médios de R$ 27,90 a 28,20 em praças como Santa Maria, Cachoeira do Sul, Dom Pedrito, Rosário do Sul e Alegrete. Camaquã e Pelotas operam com preços médios de R$ 28,50 e Itaqui, São Borja e Uruguaiana em R$ 28,30 para o produto colocado no engenho.

Exportações

Em abril os embarques para o exterior tiveram um crescimento de 258% em relação às 9.917 toneladas (equivalente casca) embarcadas em março/2010, alcançando 35,52 mil toneladas, segundo divulgado pelo analista Tiago Sarmento Barata, da Agrotendências Consultoria em Agronegócios. Segundo ele, contrariando as expectativas de crescimento no ritmo da internalização do arroz, em abril o Brasil importou 60,3 mil toneladas de arroz, volume 3,7% menor do que no mês anterior (62.597 t) ou 20,3% inferior à importação média mensal do último ano comercial (75.666 t).

O relatório não mostra importações da Ásia, o que consolida a informação de baixa qualidade e preços acima dos padrões internos, para as amostras que chegaram a circular de arroz do Vietnã. A Federarroz divulgou nota informando que com a queda na safra, as exportações em alta, as importações em baixa e a não ocorrência de compras da Ásia, além do anúncio de garantia de mecanismos de comercialização e liberação de pré-custeio pelo Banco do Brasil, a tendência é de preços estáveis ou em ascendência nos próximos dias. Por hora, o mercado ainda não leu dessa forma.

Mercado

A Corretora Mercado, de Porto Alegre (RS), indica cotação média de R$ 28,20 para a saca de arroz em casca (para tipo 1) no Rio Grande do Sul. A saca de 60 quilos do produto beneficiado é valorada em R$ 57,00. Ambos os valores em queda. Mesmo comportamento é registrado para os derivados. A saca de 60 quilos de canjicão é cotada a R$ 23,00, a média referencial da quirera (60kg) baixou para R$ 17,00 e a tonelada de farelo de arroz baixou para R$ 230,00.

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Fonte:
Planeta Arroz

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