Nova tentativa para baixar preço do feijão

Publicado em 28/05/2010 08:13
Cotação 50% acima do praticado no mercado físico, apontada como motivo para o fracasso do primeiro leilão, na semana passada, foi mantida.

Após tentativa frustrada na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) promoveu ontem (27) uma nova rodada de leilões de venda de feijão. A revisão do pre­­­ço de exercício, reivindicada pelo mercado, não foi atendida pela estatal, que manteve a pedida em R$ 90/saca de 60 quilos. O valor, cerca de 50% acima do praticado no mercado, foi apontado como o principal motivo para o fracasso da primeira operação. Na quinta-feira passada, o governo vendeu 92 toneladas, apenas 1,2% do total oferecido no leilão.

O mercado reagiu ao fracasso da operação reajustando para cima os preços vigentes. Nos últimos sete dias, houve alta de 5% no campo e 10% no varejo. No ano, as valorizações acumuladas são de, respectivamente, 93% e 96%. Con­forme o Departamento de Eco­no­mia Rural da Secre­­taria Estadual da Agricul­tu­ra (Seab), a saca do carioca vale R$ 105 e a do preto pouco mais de R$ 70 no Pa­raná. No supermercado, o consumidor curitibano está pagando em média R$ 3,89 pelo quilo produto.

“(A Conab) prometeu preços mais baixos para abertura do leilão de hoje, mas voltaram com o mesmo valor, pois não houve tempo hábil para concluir o óbvio: R$ 90 por feijão nota 6/7 é muito caro”, declara o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), Marcelo Lüders.

A Conab argumenta que não alterou o preço de exercício da operação porque houve interesse de compra a R$ 90, ainda que o volume vendido tenha sido pequeno. “O mercado referenciou esse preço no momento em que negociou lotes nesses níveis na semana passada”, justifica o gerente de Operações Especiais da companhia, Ézio Santiago.

A única alteração feita pela estatal no edital de convocação do leilão foi no volume ofertado, que será 13% menor que o da semana passada. No total serão leiloados na operação de hoje 7,9 mil toneladas de feijão de cor. O Paraná participa com 4,9 mil toneladas, 121,6 toneladas a menos que no leilão anterior. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia também participam da operação.

O feijão ofertado pela Conab nos leilões foi comprado pela estatal na última temporada, quando os preços de mercado estavam abaixo do mínimo de garantia. Agora, a companhia atua na ponta oposta, leiloando parte de seus estoques para tentar conter a alta das cotações e aliviar a pressão no bolso do consumidor. Na avaliação de corretores e analistas do setor, contudo, será difícil que o governo consiga regular o mercado. “A safra atual é insuficiente para suprir a demanda e os estoques do governo são muito pequenos para mexer com o mercado”, considera Sandra Shetzel, analista da Unifeijão.

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Fonte:
Gazeta do Povo

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