Mudando as regras para vender arroz

Publicado em 31/05/2010 13:17

Renato Caiaffo da Rocha *

Os produtores de Santa Vitória do Palmar adotam estratégia conjunta para driblar a “tabela” adotada pelo setor industrial da Zona Sul, que impõe normas muito mais rigorosas do que as previstas na Instrução Normativa 12, objetivando rebaixar o preço aos produtores na hora da comercialização. Ações como essa exigem reação dos produtores, e uma delas é a mudança de regras na hora de vender.

Uma excelente notícia e alternativa chegou ao mercado e aos arrozeiros na semana passada e merece nosso registro. Trata-se do resultado de venda de 100% das 17.820 sacas ofertadas em leilão privado de arroz realizado pela Bolsa Brasileira de Mercadorias, Expoente Corretora e a Agropecuária Aguiar, com produto depositado em Santa Vitória do Palmar. A média ponderada de fechamento, para o arroz em casca, longo fino tipo 1, safra 2009/2010, com renda total de 69%, foi de R$ 27,01 a saca de 50 quilos, livre para o produtor, eliminando assim o deságio atual, na faixa de 5 a 10%, que acaba penalizando o produtor.

Exercitando o referido negócio e se consideramos o preço obtido (R$ 27,01) mais o frete até Pelotas (1,30 p/saco), e um deságio médio (7%), que não foi aplicado, resultaria em R$ 30,20 p/saco, valor bem acima dos preços praticados pelas indústrias da região, que oscilam entre R$ 27,00 e R$27,50 posto em Pelotas.

Portanto como vimos a venda na Bolsa de Mercadorias, por meio dos leilões eletrônicos, é um mecanismo que deve ser melhor e mais aproveitado pelos arrozeiros. O produtor consegue ofertar lotes de arroz para indústrias de todo o Brasil, pois a BBM esta interligada com outras bolsas, e com um maior número de compradores/interessados se consegue obter valorização superior à negociação restrita a uma empresa, como se faz tradicionalmente.


Além disso, o próprio agricultor define os parâmetros e critérios do seu produto, e não a indústria. Nesse caso específico, todos os lotes foram negociados como umidade até 13%, impureza até 2% e demais parâmetros constantes na IN 12, diferentemente do que vem acontecendo atualmente, quando o produtor vai negociar diretamente com a indústria da região e na maioria dos casos é reduzido a umidade e zerados a impureza, vermelho, amarelo, gessado e outros parâmetros, sem a devolução destes defeitos para o produtor, e ainda depreciando o valor do “grão puro” que resta, após retirada dos defeitos, que deveria valer pelo menos mais 10% no mercado, pela qualidade e excelente padrão finais.

“É importante que o arrozeiro entenda esse mecanismo e saiba que a oferta, via Bolsa, assegura liquidez, transparência na negociação e segurança de pagamento pelo produto ofertado. É um dos mecanismos que devemos utilizar com mais freqüência para comercializar o arroz, dentro da atual conjuntura, resultado em valores mais justos e adequados aos atuais custos de produção”. Finaliza o dirigente.

Saudações Arrozeiras!

* Renato Caiaffo da Rocha é Economista e presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul  (Federarroz).


 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Federarroz

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário