Produtores de arroz ficam sem resposta do governo para questões urgentes

Publicado em 11/06/2010 13:54
Ainda não foi dessa vez que os arrozeiros brasileiros arrancaram medidas práticas do governo federal com relação aos prejuízos causados pelo fenômeno “El Niño” na safra gaúcha, recursos para a garantia de preços mínimos por meio dos mecanismos de comercialização, prorrogação dos financiamentos e elevação de impostos sobre a importação de arroz subsidiado de terceiros mercados. Na última quarta-feira o presidente da Federarroz Renato Rocha voltou a cobrar tais medidas em reunião com o ministro da Agricultura Wagner Rossi. Participaram o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS), o presidente da Câmara Setorial do Arroz e representante da Farsul, Francisco Schardong, o presidente do Irga, Maurício Fischer, o presidente da Associação de Arrozeiros de Restinga Seca, Cláudio Possebon, o secretário executivo do Mapa, Gerardo Fontelles, e representantes da Aprosoja e CNA.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, considerou que apesar da falta de posicionamento do governo federal, que frustrou a expectativa do setor, a cobrança de medidas será intensificada por meio da política setorial e por meio de deputados e senadores da bancada gaúcha e do agronegócio. Segundo Rocha, essa semana será ampliado o trabalho das entidades no sentido de desenvolver ações para sensibilizar o governo. “Saímos da reunião com a certeza de que o governo já conhece nossas demandas, nossos problemas e, pela nossa ação proativa, dispõe das ferramentas para atendê-los. Agora é uma questão de vontade política”, cita.

A Federrroz solicitou, em nome do setor arrozeiro, as seguintes medidas: elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) de 12% para 30% para arroz de terceiros países; liberação de mecanismos de comercialização - Contratos de Opções Públicas, Aquisição do Governo Federal (AGF) e PROP; ajustes no PRODUSA (linha de socorro aos produtores) e prorrogação de custeios, investimentos e revisão de prazos de prorrogações. O ministro Rossi foi simpático ao aumento da TEC, mas disse que a decisão depende também de outros ministérios, como Indústria, Comércio e Desenvolvimento (Camex), Casa Civil, Fazenda e Desenvolvimento Agrário. Assim, políticos e lideranças setoriais já encaminharam a demanda para essas pastas.
Apesar da existência de recursos e insistência do setor, pois algumas regiões gaúchas já operam com cotações referenciais abaixo do preço mínimo de garantia, o ministro Wagner Rossi disse que o Governo entrará no mercado quando a média dos preços estiver abaixo desse patamar. “Deixamos clara mensagem de que é preciso agilizar esse processo”, avisou Rocha. Com relação ao PRODUSA, os ministérios da Fazenda e MAPA, reconheceram que ainda não encontraram a forma ideal de fazer os ajustes sugeridos pelo setor produtivo para viabilizar o acesso aos recursos pelos produtores. Serão intensificadas as cobranças políticas de solução para esse problema.

PRORROGAÇÕES
O ministro Wagner Rossi e o secretário-executivo do Mapa, Gerardo Fonteles, informaram que foi encaminhada ao Ministério da Fazenda uma proposta que prevê a suspensão do vencimento das parcelas das operações de custeios alongados de safras passadas e investimentos que vencem este ano. Fonteles explicou que a idéia é dar um fôlego ao setor, de modo que o fluxo de caixa atual (2010) não seja comprometido. A medida depende de posicionamento da área econômica do governo.

Novidades pleitos no Banco do Brasil
Pré-Custeio - Já nesta quinta-feira as agências da instituição de crédito foram orientadas a flexibilizarem o acesso dos produtores à essa ferramenta, mesmo aos que não a realizaram na safra passada. Os interessados devem procurar as agências.

Custeios 2009/2010 - Ainda segundo informações da Superintendência Estadual do Banco do Brasil, alguns custeios que venciam em junho deste ano tiveram o vencimento jogado para o futuro, de forma a primeira parcela de todos os custeios de arroz vencerão a partir de julho/2010. “A medida é importante porque aliviará a oferta de produto no mercado, desacelerando a queda de preços que acontece nesse momento”, diz Renato Rocha, da Federarroz. A expectativa é de que ainda nessa sexta-feira o Banco do Brasil informe sobre a possibilidade de adiamento da 1ª parcela para acumular junto com a 4ª parcela, única possibilidade ventilada pela instituição.
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Só Notícias

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