Trigo tem preço mínimo reduzido em 10% pelo Governo Lula

Publicado em 23/06/2010 14:39 e atualizado em 23/06/2010 17:10
O preço mínimo do trigo que vigorará na safra 2010 foi reduzido em 10%. O valor para o tipo 1 pão foi fixado em R$ 28,62 a saca de 60 quilos na Região Sul, principal produtora do grão. Em tonelada, o preço passa dos atuais R$ 530 para 477/t. O Paraná é o maior produtor do trigo pão. Para o trigo brando tipo 1, cuja produção está concentrada no Rio Grande do Sul, o preço passou a R$ 23,81/saca, ou R$ 396/t.
 
Os novos valores foram apresentados nesta manhã a representantes do setor produtivo pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi. A Agricultura resistia à ideia de reduzir os valores, temendo uma redução ainda maior da área plantada com o cereal, mas a Fazenda insistia na revisão. Desde meados do ano passado, as cotações de mercado estão abaixo do preço mínimo, o que obrigou o governo a apoiar a comercialização da safra. No Rio Grande do Sul, praticamente toda a safra de trigo de 2009 foi negociada nos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento, nos quais o produtor tinha garantia de preço.

ROSSI: TRITICULTOR NÃO PODE PRODUZIR PARA ENTREGAR AO GOVERNO 
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, disse hoje que a redução dos preços mínimos do trigo era necessária. "O valor é quase 50% acima do que é pago no Paraná e não é possível manter essa situação. O agricultor não pode produzir para entregar ao governo, mas ao mercado", diz em nota distribuída por sua assessoria. A redução do valor foi comunicada a representantes do setor, com quem se reuniu nesta manhã. Os preços mínimos na região Sul na safra 2010/2011 vão variar de R$ 19,20 a saca de 60 quilos do trigo brando tipo 3, a R$ 29,97/saca, caso do trigo melhorador tipo 1. A mudança vigora a partir de 1º de julho.
Rossi descartou impacto no cultivo do grão neste ano, ressaltando que o preço mínimo continua em nível superior ao praticado nas principais regiões produtoras do Brasil. Ele disse ainda, conforme a nota, que os agentes econômicos da cadeia produtiva se comprometeram em buscar solução para o escoamento da produção nacional. "Os moinhos vão comprar o produto nacional e complementá-lo, num mix de qualidade, com produto importado. O governo vai apoiar, pois beneficia o agricultor e os agentes econômicos do setor", disse na nota.

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Fonte: O Estado de S. Paulo

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