Frustrados com o governo federal, arrozeiros analisam mudança de estratégia

Publicado em 24/06/2010 08:51
Uma assembléia geral convocada pela Federação das Associações de Arrozeiros no Rio Grande do Sul (Federarroz) para o próximo sábado, ás 9h30min, em Cachoeira do Sul (RS), definirá outras estratégias para obter as medidas do governo federal, em função do descaso com o setor orizícola gaúcho. Essa é uma das propostas a serem avaliadas no encontro que deve reunir 300 produtores e dirigentes de 40 associações vinculadas à Federarroz. Nesta terça-feira mais de 30 representantes das cadeias produtivas do arroz de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul atenderam a uma convocação do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, e saíram de mãos abanando do Ministério.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, considerou a reunião frustrante. “Atendemos um chamado do ministro a Brasília na expectativa de que ele ao menos anunciasse os mecanismos de comercialização, já que os preços de mercado do arroz estão abaixo do preço mínimo em pelo menos 12 praças gaúchas, mas apesar disso ter sido confirmado por produtores e pelo presidente do Sindarroz, Élio Coradini, só recebemos do ministro a promessa de revisar os números do mercado. Ele disse que vai analisar e que não tomará nenhuma medida antes de os preços estarem abaixo do mínimo no “mercado”. Ou seja, todos os produtores precisam ter seu produto desvalorizado, mais do que já está, além das perdas de produção e depreciação na classificação, antes do MAPA entrar com recursos que estão destinados para a situação vivenciada pelo Setor Produtivo”, citou.

 Segundo Rocha, é “vexatório” para o setor ir a Brasília mais uma vez para apresentar as mesmas demandas. “No caso do socorro aos produtores atingidos pelas enchentes, estamos há sete meses indo a Brasília, de duas em duas semanas, e até hoje nenhum produtor teve acesso a linha de crédito editada em 27 de maio. O presidente da Federarroz ainda apresentou ao ministro, novamente, a liberação dos mecanismos, de elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) de 12% para 30%, apesar do voto contrário da indústria nacional que, obviamente, prefere comprar matéria prima mais barata ainda que isso gere prejuízos aos produtores e parceiros brasileiros. Para esse assunto o ministro também não tem nenhuma posição de governo, embora o tema se encontre na pauta há mais de um mês. “O governo federal já devia ter entrado com os leilões pelo menos há 30 dias”, sentencia o presidente da Federarroz.

 Os produtores ainda apresentaram demandas referentes às alterações no Produsa, uma linha de crédito que poderia socorrer aos produtores atingidos pelas enchentes, via BNDES. Na quinta-feira passada foi publicada uma circular do BNDES e ontem sai um voto CMN, contemplando alguns ajustes propostos pelo setor, como elevação do limite para até R$ 600 mil reais entre outros, mas não foi trocada a fonte de recursos, considerada a medida mais importante, pois amenizaria o risco e garantias aos tomadores.

Em Brasília os dirigentes da Federarroz, Renato Rocha e Marco Tavares, da Farsul e do Irga, também estavam acompanhados pelo Presidente da União Central dos Rizicultores Ademar Kochemborger e pelo Superintendente da Central do Sicredi Roberto Vargas, juntamente com os deputados federais Luiz Carlos Heinze (RS), Darcisio Perondi (RS) e Odacir Zonta (SC). A Federarroz também manteve reunião com os deputados federais Henrique Fontana (RS) e Fernando Marroni (RS) e pediram apoio para as demandas do setor junto ao MAPA e Fazenda, para elevação da TEC, liberação dos mecanismos e ajustes ao PRODUSA.

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Federarroz

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