Safra de grãos cai em 2011 nos países europeus

Publicado em 25/06/2010 07:18
A safra agrícola europeia 2010/11 deve cair em relação à anterior, mostram estatísticas divulgadas nesta semana por comerciantes de cereais, agricultores e cooperativas.

Os dados da Coceral, que representa os comerciantes, são os mais pessimistas e apontam para safra de 283,7 milhões de toneladas nos 27 países da União Europeia. O volume cai 3,3% em relação aos 293,4 milhões anteriores.

Já os dados da Copa, que agrupa produtores e cooperativas, apontam para uma safra de 286 milhões de toneladas, com queda de 1,3% em relação ao período anterior.

Daniele Siqueira, analista da Agência Rural, diz que a área plantada é praticamente igual à do ano passado, e o clima, de um modo geral, é favorável.

Houve alguns problemas por excesso de umidade nas áreas de enchentes no Leste Europeu e certa preocupação com a falta de chuva e as altas temperaturas em outros pontos, "mas nada muito grave", afirma.

Como a produção de milho e de trigo é praticamente igual à de 2009, o quadro europeu de oferta e demanda segue sem alterações.

No mercado de grãos, a Europa se mantém estável no consumo. Ao contrário do que acontece na China, onde a demanda cresce aos saltos, o consumo europeu muda muito pouco.

Está praticamente no mesmo nível há anos, devido à baixa elasticidade-renda do consumo de alimentos, características de países desenvolvidos, diz Siqueira.

Por isso, a Europa só faz diferença no mercado internacional quando acontece uma quebra de safra muito grave, que a obriga a importar grãos, como aconteceu em 2007/08.

Fase boa Os principais compradores de trigo da América Latina estão reunidos na Flórida (EUA) para discutir o cenário do produto para esta safra. Presente, Lawrence Pih, do moinho Pacífico, diz que a produção norte-americana vai bem.

Atrativo Pih diz que o produto dos Estados Unidos está bem favorável para os importadores brasileiros. Além da qualidade acima do previsto, os preços caíram, se equiparando, em muitos casos, aos do Leste Europeu.

Até setembro Como a safra brasileira só aparece no mercado em setembro, Pih estima que as indústrias brasileiras devem importar pelo menos 350 mil toneladas do produto norte-americano até aquele mês.

Pouca oferta As importações devem ocorrer devido à pouca disponibilidade de trigo de qualidade na Argentina e no Uruguai. Na avaliação de Pih, Norte e Nordeste devem se aproveitar dessa redução de preços nos EUA.

Pouco café O estoque certificado na Bolsa de commodities de Nova York está 27% inferior ao de 2009. Com isso, os preços mantêm forte aceleração nas negociações do mercado futuro. A alta foi de 5,1%, ontem.

Presença Para elevar os estoques, tradings e a própria Bolsa negociam para que o café brasileiro lavado e semilavado seja certificado em Nova York.

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Fonte:
Folha de São Paulo

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