Preços do arroz baixos, mas estáveis na virada do mês

Publicado em 05/07/2010 15:19
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O mês de julho começou com preços estáveis para o arroz em casca, depois que o mês de junho fechou com queda de 3,37% nas cotações e o produto cotado a R$ 26,62 segundo o indicador Cepea-BVMF
Ainda naquele que é considerado o piso de preços para este ano, entre R$ 25,50 e R$ 26,50, o arroz em casca manteve estabilidade nos preços no Rio Grande do Sul na virada do mês de junho para julho. A boa notícia é que parou de cair, a má notícia é que, com base nisso, o governo federal pode por o pé no freio novamente para colocar em prática os leilões de contratos de opção, que seria a única ferramenta governamental capaz de gerar um sinalizador de melhores cotações ao longo do ano.

Por sinal, a própria expectativa de que o governo federal entraria já nos primeiros dias de julho com mecanismos de comercialização gerou essa estabilidade no mercado. O aumento da procura por matéria-prima no Rio Grande do Sul por empresas do sudeste também é fruto da expectativa de ações do governo e uma recuperação gradual dos preços. E esse movimento tornou-se um coadjuvante na sustentação dos preços atuais. No mercado livre as cotações aumentaram até 50 centavos, embora com papel muito mais referencial do que prático.

O mês de junho terminou com o arroz em casca (50kg/58x10) cotado a R$ 26,61 segundo o indicador Cepea-BVMF. A queda acumulada ao longo do mês passado foi de 3,37%. Isso porque a pressão baixista aliviou no final do mês, pois a queda já havia encostado nos 3,7%. A decisão dos produtores gaúchos de travar a venda abaixo de valores que cubram o custo de produção também foi um dos panos de fundo deste cenário referente as cotações.

Julho, segundo o indicador Cepea-BVMF, abriu com cotações de R$ 26,61 e subiu, na sexta-feira (2/7) para os mesmos R$ 26,62 do dia 30 de junho. Vale lembrar, porém, que na semana anterior os preços andavam próximos de R$ 26,50. Os analistas consultados por PLANETA ARROZ acreditam que a tendência nessa primeira semana é de cotações estabilizadas a espera do anúncio de medidas pelo governo federal e do desempenho das importações e exportações nacionais. Na próxima quinta-feira, cerca de 2 mil produtores de arroz do Rio Grande do Sul promoverão uma manifestação em defesa da renda e da sustentabilidade do setor, bem como buscarão sensibilizar os governos estadual e federal para as demandas arrozeiras. A principal meta é a entrada em funcionamento dos mecanismos de comercialização.

No mercado livre do arroz do Rio Grande do Sul os preços tiveram uma pequena alta referencial, com preços acima de R$ 26,00 na maioria das praças, mas apenas “no papel”. Há operações confirmadas de venda abaixo do preço mínimo de garantia do governo federal (R$ 25,80/50kg) em diversas praças, principalmente nas regiões da Campanha e Depressão Central.

As indústrias, muitas delas reféns das concessões de preços no fardo, continuam com dificuldades para manter posições de preços no mercado, sob a argumentação do varejo de que “o preço da matéria-prima caiu”. Acontece que muitas das empresas já estavam “estocadas” da safra.

MERCADO EXTERNO

O produto importado, principalmente do Mercosul, segue com preços competitivos e entrando no Rio Grande do Sul, Sudeste e Nordeste, com uma presença maior de produto paraguaio no Paraná, no Sudeste e no Centro-Oeste brasileiros. Na última quinzena as principais referências de exportação da Ásia tiveram as cotações corrigidas para cima em 5 a 10 dólares, a tonelada, mantendo um movimento que já vem de pelo menos 45 dias.

Em contrapartida, com uma safra cheia e estoques fartos, os Estados Unidos seguem baixando os preços em busca de competitividade no mercado com o produto asiático e do Mercosul. Uruguai e Argentina, que também balizam os preços do Paraguai, mantiveram suas cotações estáveis, de maneira que as vendas para o Brasil – seu principal mercado – se sustente de maneira competitiva. Isso que dizer que nem permite uma queda maior das cotações, para que não reflita em todo o mercado regional – com prejuízos aos próprios exportadores do Mercosul – nem busca um valor maior para não perder a competitividade frente aos concorrentes de terceiros mercados.

No Sul catarinense as cotações seguem entre R$ 27,00 e R$ 28,00, dependendo das condições do negócio em razão da oferta e da demanda equilibrada naquele estado. No Mato Grosso a saca de 60 quilos do arroz com 55% de grãos inteiros (acima) é cotada entre R$ 29,00 e R$ 30,00 em Sinop e Sorriso.

MERCADO

A Corretora Mercado de Porto Alegre indica preços médios de R$ 54,00 para a saca de arroz de 60 quilos (beneficiado), R$ 26,20 para a saca de 50 quilos do arroz em casca, R$ 22,00 para a saca de 60 quilos de canjicão e R$ 16,00 para a quirera. A tonelada de farelo de arroz é cotada a R$ 200,00.
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Fonte:
Planeta Arroz

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