Governo diz que não há motivos para aumento no preço do pão

O governo diz que não há motivos para aumento no preço do pão, mesmo com quebra na safra de trigo em alguns países. Só que algumas padarias estão aproveitando a disparada na cotação internacional para repassar reajustes.

De janeiro a julho, o quilo ficou mais caro em pelo menos 12 capitais brasileiras. E o mês de agosto pode terminar com uma nova elevação. A falta de chuva e o calor provocaram quebra na produção de trigo da Rússia e outros países.

– Se o preço na Europa sobe, em tese, todos os demais preços nos mercados norte-americano e sul-americano também devem ser afetados – explica o economista Newton Marques.

Só que desde maio de 2008, o preço do cereal vem despencando. O valor da saca de 60 quilos no Paraná, principal Estado produtor, era de R$ 41,00 e estava em R$ 22,00 na primeira semana deste mês. E os estoques ainda estão abastecidos.

– Nós estamos há 27 meses com preço do trigo em queda, tanto no mercado internacional quanto no mercado nacional. Então falar em aumento do pãozinho é balela – diz o analista de mercado de trigo da Conab, Paulo Magno.

Se o preço do pãozinho ficar mais salgado, nada terá a ver com a seca que prejudicou as lavouras de trigo na Europa. É que muitas panificadoras aproveitam o problema no mercado internacional para repassar custos com energia, embalagens e até com o salário dos padeiros.

– É muito mais questões de folha de pagamento. O próprio salário de padeiro tem tido acréscimo devido à falta desse profissional no mercado – diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria, José Joffre.