As duas forças que se enfrentam no mercado brasileiro de trigo neste momento
Há duas forças neste embate: a) de um lado os produtores brasileiros, que já colheram mais de 1 milhão de toneladas de trigo panificável, de ótima qualidade e perfeitamente disponível. Isto é bom e é ruim, sob o ponto de vista da comercialização, dependendo do ponto de vista. Pode ser uma tentativa de escassez, provocada pelos triticultores que estão retendo o produto, com a finalidade de forçar a elevação do preço. Por outro lado, os grandes (e poucos) compradores de trigo que estão se abastecendo de outra fonte, a importação, pois estão chegando 500 mil toneladas de trigo do exterior neste mês de setembro. Assim, a estratégia que deveria provocar a elevação de preços, serve apenas como estoque de reserva para estes moinhos a partir de outubro, mantendo os preços baixos, a médio e longo prazos, pois dão aos (grandes) moinhos mais fôlego para pressionar os vendedores nos próximos meses.
O que fazer?
Talvez esta batalha esteja sendo perdida, mas não se pode perder a oportunidade de adquirir ensinamento disto. Pressionar o governo, para acionar as compras de Preço Mínimo? É uma estratégia que funciona, mas é velha e ultrapassada, que só manterá o jogo e o ranço antigo. Pressionar os moinhos? Como? A melhor opção dos triticultores seria serem os donos dos moinhos, através das cooperativas, tal como elas fizeram com as indústrias de soja, com excelentes resultados. Os dados da oferta e demanda mundial, os dados da oferta e demanda no Mercosul, os dados da oferta e demanda no Brasil não apontam para preços muito além do Preço Mínimo a curto prazo, embora não seja exatamente isto que a maioria da mídia, dos dirigentes e dos triticultores queiram ouvir neste momento.