Preços do arroz caem 1,4% em três semanas de setembro no RS

Publicado em 24/09/2010 07:49
Queda faz os preços voltarem aos patamares de junho no Rio Grande do Sul, segundo o Indicador do Arroz Cepea-Bolsa Brasileira de Mercadorias/BVM&F. No mercado livre, indústria mantém compras em volumes apertados e com dificuldade de repassar preços ao fardo

O cenário de preços para o arroz em casca no Rio Grande do Sul manteve-se sob efeito de tendência baixista. Em três semanas, as cotações médias caíram 1,45%, segundo o Indicador do Arroz Cepea-Bolsa Brasileira de Mercadorias/BVM&F. Assim, o preço médio da saca de 50 quilos do arroz em casca (58x10) nas principais praças gaúchas é de R$ 26,43, colocada na indústria, nesta quarta-feira (22-9). No preço livre ao produtor, a média é de R$ 26,00 na maioria das praças.

Em dólar, o Indicador do Arroz mostra que nessa quarta-feira uma saca de 50 quilos de arroz gaúcho em casca valia US$ 15,35, com alta de 0,49% no mês, em razão da valorização da moeda brasileira perante o dólar estadunidense. Na semana, o preço médio da saca de arroz ficou em R$ 26,47, desvalorizando 0,45%. Em dólar equivaleria a US$ 15,41/50kg e desvalorização de 0,58%. Os preços internacionais se mantiveram estáveis essa semana, conforme pode ser verificado nas cotações internacionais, neste site. A oferta continua forte, pois há produto beneficiado do Mercosul e dos Estados Unidos com equivalência menor que o arroz gaúcho colocado em São Paulo. Por hora, as operações se restringem ao arroz do Mercosul, mas é crescente, mesmo em corretoras nacionais, a oferta de arroz estadunidense a preços muito competitivos e com qualidade similar.

Os dois feriadões (7 de setembro e 20 de setembro) contribuíram para tornar o mercado ainda mais morno. A expectativa de um aumento significativo de produção no Sul, em razão do clima favorável e ótimo estado dos mananciais, bem como os preços competitivos do arroz do Mercosul e dos EUA, ajudam a travar uma reação. Sem mecanismos governamentais, os produtores em 2010 estão à mercê dos ventos do mercado, que não se apresenta favorável nem por um aumento significativo de consumo, nem por uma política cambial que favoreça a exportação de excedentes, o que ajudaria na elevação dos preços internos e para tornar menos competitivos os valores praticados no mercado internacional.

Santa Catarina vem acompanhando a queda gaúcha, com média de desvalorização de R$ 0,50 por saca nos últimos 10 dias. Muito influenciada pelos excedentes produtivos gaúchos e do Mercosul, a produção catarinense acaba sofrendo uma interferência também no mercado. A média de preços fica entre R$ 27,00 e R$ 27,50 para o produto 58x10/50kg.

O mesmo não está ocorrendo no Brasil Central. O Mato Grosso, em razão da produção bastante ajustada e da demanda de estados vizinhos, principalmente pela boa qualidade da safra e o baixo volume produzido, vive um momento de maior demanda do que oferta, o que elevou preços médios do arroz de boa qualidade (base AN Cambará 55% acima) para um patamar superior a R$ 38,00 a saca de 60 quilos.

Há procura e a pequena parcela de produtores que ainda tem produto negocia em condições muito confortáveis para a venda do arroz de melhor qualidade. A expectativa é de um ligeiro aumento de área para a próxima safra. Entre 3% e 5%, apesar da disputa de espaço com a soja. Serão aproveitadas áreas de reforma de pastagens e rotação de culturas.

Preços

A Corretora Mercado, de Porto Alegre (RS), indica manutenção de preços e o arroz beneficiado em sacas de 60 quilos comercializado a R$ 55,00 (sem ICMS) na semana. Para a saca de 50 quilos de arroz em casca, a empresa aponta a média gaúcha em estáveis R$ 26,00. Entre os derivados uma alta importante, face ao aumento da demanda para exportação de quebrados. O canjicão superior (60kg) alcançou R$ 28,50 e a tonelada de farelo de arroz se manteve em R$ 230,00 - CIF/Arroio Grande (RS). A quirera (60kg) teve alta de 50 centavos, e a saca passou a ser comercializada em R$ 22,00.

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Fonte: Planeta Arroz

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