Preço do feijão baterá recorde e superará R$ 300 por saca

Publicado em 30/09/2010 10:52 e atualizado em 30/09/2010 11:29
As cotações do feijão carioca devem ultrapassar a casa dos R$ 300 até o fim do ano. De acordo com Marcelo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), esse patamar recorde foi registrado em 2008. Os preços da leguminosa atualmente em São Paulo variam, de acordo com levantamento da Corretora de Mercadorias (Correpar), de R$ 200 a R$ 220. "Em relação a janeiro, valorizou 170% e nos últimos 30 dias 100%", afirma.

Para 2011, a previsão é de preços firmes, já que, segundo Lüders, pode ocorrer uma migração do plantio de feijão para milho e soja, com consequente queda na produção. "Os preços não voltam aos níveis de 2009, quando foram praticados valores abaixo do custo e do valor referencia", afirma.

Mais para frente, em 2013, Lüders prevê ainda que deve chegar ao mercado feijão transgênico.

Depois da experiência no ano passado e dos problemas climáticos enfrentados este ano e com a previsão de um La Niña intenso, o presidente acredita que mesmo se o governo Federal sinalizar apoio e pedir para plantar, o produtor não vai acreditar. Tanto que para Severino Giacomel, gerente técnico da Cooperativa Agroindustrial Bom Jesus, no Paraná, mesmo com a alta do feijão, a tendência é de um plantio de soja maior. "O produtor que plantou feijão e pretende continuar é muito patriota ou teimoso."

Segundo Marcus Calgaroto, analista da Safras & Mercado, como o feijão da primeira safra entra em novembro e dezembro, os preços do tipo carioca não devem recuar, além das condições climáticas preocupantes no Paraná, principal produtor da 1ª Safra. "A tendência é que os preços sigam em um patamar elevado até a entrada da primeira safra."

A terceira safra de feijão, de acordo com Calgaroto, está concentrada na Bahia, com feijão macaçar e outros tipos, e em Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná a produção é do tipo carioca.

O volume ofertado, segundo Lüders, já é inferior a demanda.

De acordo com o presidente, o interior de São Paulo deve colocar no mercado, até meados de novembro, 7 milhões de sacas, e nas mãos do governo existem cerca de 160 mil toneladas, ou 2,6 milhões de sacas. No entanto, o consumo no Brasil é de 4,87 milhões de sacas por mês. "Até dezembro, o déficit será de 33%."

A previsão é de que até o nordeste cujo abastecimento é feito na Bahia, deve buscar feijão em São Paulo. "O Brasil inteiro vai vir em cima da produção paulista."

Levantamento da Safras aponta que houve uma redução na área plantada no segundo e terceiro ciclo de feijão no País de 26% e 5% respectivamente. "A colheita também foi prejudicada devido ao clima seco no centro-oeste e algumas regiões do sudeste e nordeste", acrescenta Carla Corbeti, analista da Safras.

Segundo Corbeti, o preço do feijão carioca extra tipo 9 pulou de R$ 112,5 no dia 6 de setembro para R$ 215 no dia 29 de setembro, o que representa um aumento de 91%. Os preços do feijão carioca especial 8,5 oscilaram entre R$ 104 e R$ 212,5 por saca de 60 quilos, um aumento de 103%.

O avanço nas cotações do feijão carioca, de acordo com Lüders, puxa os preços do feijão preto, mas mesmo assim o preto deve continuar 20% abaixo do valor do carioca. "No futuro pode ocorrer de o preço do preto empatar com o do carioca."

A cotação do feijão preto, segundo Corbeti, saltou de R$ 92 para R$ 130 ao longo do mês.

Consumidor

Para Lüders, o consumidor final é o maior alvo com a alta nas cotações. "Os preços vão subir cada vez mais", afirma.Para o presidente, o consumidor deve buscar o feijão carioca mais escuro, já que é nutritivo como o claro. "O consumidor paga 70% a mais pela cor", acrescenta.

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Fonte:
DCI

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