Safra baiana de cacau cresce 20%

Publicado em 04/10/2010 07:23
A safra temporã de cacau na Bahia, que vai de maio a setembro, deverá ser pelo menos 20% maior que a do ano passado. Até 26 de setembro, a colheita atingiu 1,247 milhão de sacas de 60 quilos, ante as 1,028 milhão de sacas de igual período de 2009, de acordo com dados da TH Consultoria e Estudos de Mercado.

O clima foi muito favorável nas lavouras cacaueiras da Bahia, diz Thomas Hartmann, diretor da consultoria. "Choveu e fez sol na hora certa", afirma. A estatística final com os dados das quatro semanas do mês de setembro deverá ser fechado nos próximos dias, mas não deverá trazer mudanças significativas nessa tendência.

O desempenho da safra temporã baiana levou o país a reduzir fortemente as importações da amêndoa, diz Hartmann. Entre maio e setembro, o Brasil importou 155,7 mil sacas de cacau, ante as 497,7 mil sacas de igual intervalo de 2009. Foi o menor volume desde 2001.

A perspectiva para a safra principal, que começa neste mês de outubro e segue até abril do ano que vem, também é de produção maior na Bahia. Em 2009, a safra principal foi de 800 mil sacas, segundo Harttman. "Há agentes no mercado que apostam em produção de 1 milhão de sacas na safra principal. Será, certamente, maior do que a de 2009, mas não acredito que atingirá 1 milhão", afirma.

A perspectiva positiva se deve, sobretudo, ao clima que continua favorável para a colheita principal baiana, diferentemente do que ocorre no Estado do Pará, que teve uma safra temporã menor e provavelmente repetirá uma safra principal inferior aquela realizada há um ano.

"A certeza sobre o tamanho da produção na Bahia a partir de outubro se dará apenas no fim do mês, que representa o pico de incidência da doença vassoura-de-bruxa", afirma ele. As oscilações na produção brasileira, entretanto, quase nada interferem a formação de preço do produto no Brasil. "Eles se movimentam de acordo com o mercado internacional", observa Hartmann.

Desde o início do ano, a arroba do cacau em Ilhéus (BA) recuou 17%, saindo de R$ 94,70 na média de janeiro para 77,92 na média de setembro, de acordo com levantamento do Valor Data. Trata-se da mesma variação do cacau na bolsa de Nova York no período. De agosto para setembro, a desvalorização no mercado interno foi de 7,2% e, em Nova York, de 4,9%.

Tags:

Fonte: Valor Econômico

NOTÍCIAS RELACIONADAS

ANA e INPE lançam publicação que atualiza dados sobre irrigação de arroz no Brasil
Abiarroz intensifica ações para abertura do mercado chinês ao arroz brasileiro
Federarroz monitora situação das chuvas em lavouras arrozeiras gaúchas
CNA debate área plantada de soja e milho no Brasil
Ibrafe: Preços já estão 40% abaixo do praticado no ano passado.