Grãos: Safra brasileira 2010/11 deve ser menor que a atual devido à seca

Publicado em 11/10/2010 08:23
A possibilidade de ocorrência do fenômeno La Niña (estiagem) nos estados do Sul e em Mato grosso do Sul pode provocar perda na colheita da safra de grãos 2010/2011. Segundo previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a nova safra deve ficar entre 145,72 e 147,93 milhões de toneladas, o que representa uma redução que vai de 887,60 mil a 3,10 milhões de toneladas em relação à safra passada.

Já a área destinada ao plantio deve variar entre 47,32 (-0,1%) e 47,99 (+1,3%) em relação à área anterior (47,37 milhões de hectares). O estudo se baseia numa média de produtividade, obtida nas últimas cinco safras. Foram descartados os anos atípicos e agregado o ganho tecnológico.

De acordo com o diretor de política agrícola da Conab, Silvio Porto, a previsão do governo é cautelosa se comparada ao que o mercado espera colher, algo em torno de 152 milhões de toneladas de grãos.

“Ainda não se sabe qual será a intensidade do fenômeno La Niña, por isso a nossa estimativa é cautelosa. É claro que se houver a manutenção do regime de chuvas, não descartamos que haja uma safra bem maior do que a que estamos projetando, mas dificilmente teremos em 2011 uma safra tão boa quanto em 2009/2010.

Ainda segundo o diretor, mesmo que haja uma maior oferta de fertilizantes no mercado, a redução da quantidade de chuvas pode comprometer o desenvolvimento das lavouras e provocar esta queda. “Até mesmo com o crescimento da área plantada, devemos ter uma colheita menor. Tudo vai depender do clima”, salientou.

Segundo a Conab, a soja e o milho total (1ª e 2ª safras) são as principais responsáveis pela variação negativa na produção e na área desta safra. A previsão da Companhia é que os sojicultores colham de 67,60 (-1,5%) a 68,90 milhões de toneladas (+0,3%) sobre a safra anterior (68,68 milhões de toneladas). A área destinada à leguminosa varia positivamente de 23,76 (+1,3%) a 24,20 milhões de hectares (+3,1%) sendo que a da safra anterior é de 23,46 milhões de toneladas.

“Há uma coincidência entre a redução da área plantada de milho e aumento da área para a soja. Isto é explicado porque atualmente os preços da soja estão bem mais atraentes no mercado. A liquidez da soja é bem maior do que do milho”, concluiu Porto.

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Fonte: Olhar Direto

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