Mato Grosso teme paralisação da indústria por falta de arroz
Para o setor industrial a melhor saída seria a criação de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) no Estado do Rio Grande do Sul, considerado o maior produtor do cereal.
Segundo o Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Arroz do Estado (Sindarroz), das 33 indústrias que atuam em Mato Grosso, somente quatro têm estoque para fechar o ano. As demais podem cessar o funcionamento em meados de novembro, a menos que estas também resolvam importar arroz do sul do País.
Por sua vez, a Conab afirmou, ao comentar a falta do produto para o suprimento das indústrias locais, que o mercado é livre e o produtor independe de qualquer ação governamental para colocar seu produto à venda. Ao ser indagada sobre uma possível ajuda, a estatal comentou que nada pôde fazer este ano, pois a Companhia atua historicamente quando os preços de mercado estão abaixo do mínimo, o que não aconteceu este ano. Para ela, como não houve a necessidade de intervenção por conta dos bons preços pagos ao produtor, o governo federal não formou estoque regulador de arroz para minimizar o problema vivenciado pela indústria nesta entressafra.
De acordo com o Sindarroz, algumas empresas de Mato Grosso já estão trazendo o produto do Sul, e por diversas vezes pagando um preço menor ao mínimo estipulado pelo governo federal, que é de R$ 28,23 por saca de 50 quilos. O valor cobrado no Rio Grande do Sul é de R$ 25,80, enquanto em Mato Grosso os preços do produto variam de R$ 38 a R$ 40 por saca de 60 quilos na região.
Em Mato Grosso, segundo o Sindarroz, no período da safra muitas indústrias chegaram a trabalhar em três turnos, para absorver a demanda. No entanto, ultimamente elas mantém suas atividades em apenas um turno. Mato Grosso que já foi o maior produtor de arroz, hoje circula na terceira posição com 742 mil toneladas, ante os 2 milhões da safra 2004/2005.