Rio Grande do Sul planta lavoura de arroz em tempo recorde
Segundo relatório de safra divulgado na sexta-feira (22-10) pelo Irga, a área cultivada com arroz no Rio Grande do Sul avançou para 54% esta semana, o que representa 609.741 hectares cultivados dos 1.127.922 hectares de área total prevista.
Note-se que, em relação à área colhida na safra passada, o estado aumentou sua lavoura em 7,5%, ou 79.032 hectares. A ampliação de área e a velocidade de plantio, que leva os técnicos a acreditarem que mais de 95% de toda a lavoura será colhida dentro do prazo recomendado, sustentam a expectativa dos analistas do setor e de segmentos do próprio Irga, para um ano de safra cheia, próxima ou superior ao recorde produtivo do estado. Claro, a previsão está baseada nas circunstâncias atuais da lavoura, que ainda sofrerá interferências climáticas e tecnológicas, entre outras.
Em seu relatório de safra, o Irga alerta aos produtores para que finalizem a semeadura até a primeira quinzena de novembro. O Departamento Técnico considera o prazo máximo perfeito, até 10 de novembro, mas até o dia 15/20 de novembro é uma data razoável e com boa perspectiva de produção. A partir desta data, o potencial produtivo da lavoura cai em razão das horas de sol por dia e aumento dos riscos de oscilação de temperatura na floração do grão, (o chamado frio do Carnaval).
Segundo dados do Irga, na região arrozeira gaúcha o destaque em velocidade de plantio está na Fronteira-Oeste, com 70% da área plantada. Enquanto isso, a Campanha tem 65,6%. A Zona Sul está com 65% e a Depressão Central com 33%. Já a Planície Costeira Interna tem 37% do processo finalizado. A Planície Costeira Externa que abrange Santo Antônio da Patrulha está com 28% do plantio concluído, um pouco atrasada em relação à média gaúcha.
No mesmo período do ano passado, a lavoura gaúcha recém alcançava 33,8% da superfície semeada, segundo estatísticas do Irga. Na safra 2009/10 o cultivo sofreu severas interferências negativas do fenômeno El Niño, com estiagem no inverno e início da primavera, e excesso de chuvas a partir de novembro, que geraram perdas superiores a 33 mil hectares na lavoura gaúcha.
Entre os produtores, a informação é de que a tecnologia aplicada (principalmente insumos) ficará abaixo das últimas safras, em razão das dificuldades de contratação de custeio e falta de recursos para recuperação das perdas da safra anterior. Além disso, consideram que os preços atuais do arroz, em algumas regiões abaixo de R$ 25,00, interferem na capacidade de aplicação tecnológica do arrozeiro.