Câmbio deve provocar recorde de importação de trigo por parte das indústrias nacionais

Publicado em 05/11/2010 09:07
As importações brasileiras de trigo acumuladas até setembro deste ano já superam os dois anos anteriores e se aproximam a passos largos do maior volume adquirido pelo país em quase uma década, registrado no ano de 2007. O principal fator motivador destas compras, especialmente no primeiro semestre foi a qualidade do trigo nacional disponível e a partir de agosto, com a colheita da nova safra, o câmbio passou a ser determinante para a limitação das compras no mercado interno. A partir de agora, a situação deve ficar mais confortável para os moinhos e pior para os produtores brasileiros, isso porque o dólar desvalorizado está deixando o produto importado mais barato e a temporada de fartas colheitas no Mercosul também contribui para exercer pressão negativa sobre o preços do grão daqui para frente. Agentes de mercado já vislumbram volume de compras recorde de países como Paraguai e Uruguai, o que talvez não se estenda para a Argentina que busca colocar seu trigo em outros mercados que não o brasileiro, apesar de ainda enxergar no Brasil o seu principal comprador. Neste início de semana mesmo, o Egito, maior importador mundial de trigo anunciou a compra de trigo do nosso vizinho, que juntamente com Austrália e França conseguiu deixar de fora da licitação os Estados Unidos, isso em uma compra significativa de 230 mil toneladas. Em termos gerais a abundância de produto daqui até o próximo ano significa maior poder de compra dos moinhos brasileiros, mas não necessariamente acompanhado de resultado proporcional nas indústrias compradoras de farinha. O fator determinante para este comportamento será o comportamento dos preços internacionais daqui para frente, que mantendo-se estáveis ou conseguindo galgar maiores ganhos podem não necessariamente implicar em maiores reduções nos preços dos derivados a tendência natural é que  com colheita cheia na Argentina os preços caiam a partir do início do próximo ano, sendo que a intensidade dependerá do volume colhido na Austrália, um dos grandes produtores mundiais, e a recuperação ou não das lavouras americanas até que a neve chegue ao país e após o degelo em meados de março do próximo ano.

Quanto à situação da safra paranaense, alguns agentes de mercado relatam que estão conseguindo encontrar lotes de boa qualidade, com força razoável, apesar de não suficientemente elevada para panificação. Isto mostra que nem toda a produção está fatalmente comprometida e se destina somente à produção de farinhas comuns ou para utilização em pequenas proporções em blends, e que há disponibilidade de trigo apto para a fabricação de massas e até mesmo para panificação, sendo que este último setor, de forma mais específica, exigirá mescla com trigo importado para corrigir além da força, a estabilidade que para o processo industrial de fermentação está sendo considerada baixa.

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Fonte:
AF News

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