Arroz: Preços reagem sob efeito do PEP

Publicado em 17/11/2010 06:28 e atualizado em 17/11/2010 07:10
A segunda quinzena de novembro começou com boas notícias para os arrozeiros. Alta nos preços internacionais, elevação do dólar e recuperação nos preços internos com o PEP projetando o preço mínimo de R$ 25,80 como referência

A segunda quinzena de novembro começou com o mercado atendendo às preces dos arrozeiros: o mercado internacional mantém preços em elevação, principalmente nos Estados Unidos; as medidas do Tesouro Nacional e a conjuntura cambial elevaram a cotação do dólar a patamares não vistos desde o início de setembro; e as cotações do arroz no mercado interno aceleraram a recuperação de preços a partir do anúncio de leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), que acontecerá no próximo dia 23.

O indicador do Arroz Cepea-Bolsa Brasileira de Mercadorias (BVM&F) indica cotação média de R$ 25,76 para a saca de arroz em casca de 50 quilos (58x10), colocada na indústria, nesta terça-feira (16/11). No mês, o acumulado positivo nas cotações é de 1,72%. Por esse valor, a saca de 50 quilos do arroz em casca, no Rio Grande do Sul equivalia a US$ 14,81, com queda de 0,5% em novembro. Nem o feriado, que costuma esfriar a comercialização, foi suficiente para atrapalhar a trajetória de alta, pois entre sexta-feira e a terça-feira pós-feriadão, a saca subiu 16 centavos na cotação.

Os preços ainda são referenciais, pois a comercialização é baixa e está em compasso de espera pelo dia 23, quando 125 mil toneladas serão comercializadas no leilão, com o referencial de R$ 25,80 para o preço pago ao produtor. Portanto, ainda há fôlego para as cotações subirem, pois no mercado livre se mantêm as cotações médias de R$ 25,00. A sinalização das indústrias, no entanto, já é outra para o mercado. A evolução dos preços de mercado só comprova que o governo federal deveria ter adotado essa medida há pelo menos 45 dias e que os patamares de comercialização, hoje, poderiam ser outros.

SAFRA

Ainda com expectativa de safra cheia no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a lavoura dos principais estados brasileiros entra na fase de conclusão do plantio. Emater/RS e Irga anunciaram na semana que passou que 93% e 92% da área a ser semeada no Rio Grande do Sul já haviam sido cultivados. Ou seja, esta semana deve-se alcançar pelo menos 98% das áreas semeadas, se não for concluída integralmente a formação da lavoura gaúcha. Santa Catarina já concluiu o plantio, praticamente todo ele em sistema pré-germinado e o Mato Grosso já tem mais de um terço das áreas formadas e alcançou as condições necessárias para assegurar o abastecimento de suas empresas com a isenção do ICMS na compra da matéria-prima de outros estados. As cotações se mantêm elevadas, acima de R$ 37,00 para a saca de 60 quilos de produto padrão Cambará, com 55% de inteiros acima.

PREÇOS

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, ainda indica preços médios de R$ 25,00 para a saca de arroz de 50 quilos, em casca, no mercado livre do Rio Grande do Sul. A saca de arroz beneficiado em 60 quilos alcança 52,50. O farelo de arroz subiu para R$ 260,00 a tonelada (CIF), a quirera para R$ 25,00 (60kg) e o canjicão foi a R$ 31,00 (60kg/FOB Porto Alegre/RS).

A expectativa do setor é de que as cotações médias se mantenham em alta até o leilão, em cima da expectativa do mercado. No dia 24, dependendo da leitura que fará do leilão, o mercado brasileiro terá mais claro o seu futuro. A cadeia produtiva considera que mesmo o leilão alcançando resultados excelentes, apesar do prêmio estar abaixo do esperado pelo setor, o governo federal manterá o segundo leilão, em dezembro, para manter a estabilidade do mercado. A suspensão do segundo leilão frustraria a cadeia produtiva e afetaria negativamente os preços, rapidamente.

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Fonte: Planeta Arroz

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