Leilões de PEP podem mudar dinâmica do mercado de arroz

Publicado em 17/11/2010 07:10
O objetivo central de um leilão de PEP é garantir o cumprimento da política de preços mínimos do governo, num momento em que o mercado registra poucos negócios em plena entressafra, com um câmbio favorecendo importações

Os leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) para o arroz poderão dar nova dinâmica ao mercado, dependendo do prêmio (subsídio); destinação do produto (mercado interno ou externo, ou ambos); interesse das tradings exportadoras; e do objetivo (meta) do governo em relação aos preços. Em entrevista, o diretor de política agrícola e informação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto, afirmou que “o objetivo é garantir ao produtor pelo menos o Preço Mínimo”, de R$ 25,80 por saco de 50 Kg. Retirar os preços da linha atual, entre R$ 24,50 e R$ 25,50 por saco de 50 Kg, para elevar ao nível próximo dos R$ 25,80 por saco de 50 Kg não altera a dinâmica do mercado.

Em Santa Catarina, por exemplo, os preços pagos aos produtores oscilam entre R$ 26,00 e R$ 27,00 por saco de 50 Kg. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, confirmou a realização dos leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) para arroz. O primeiro leilão ocorrerá no próximo dia 23 de novembro, envolvendo 110 mil toneladas no Rio Grande do Sul e 15 mil toneladas em Santa Catarina. Segundo Rossi, o segundo leilão será realizado em 7 de dezembro, em quantidades a serem definidas, mas provavelmente repetindo o volume da primeira operação. Os ajustes necessários, quer em relação a prêmios, se houver, quer no prazo entre os leilões, serão estabelecidos em diálogo com o setor produtivo.

O objetivo central de um leilão de PEP é garantir o cumprimento da política de preços mínimos do governo, num momento em que o mercado registra poucos negócios em plena entressafra, com um câmbio favorecendo importações. Recebe o PEP disputado em leilão o comprador que paga o preço mínimo ao produtor e comprova o escoamento do produto. O escoamento subvencionado pelo PEP é feito normalmente para as regiões Norte e Nordeste, Estados que não produzem o suficiente para o seu abastecimento.

Mas o mercado aguarda também que os editais permitam que o subsídio também possa auxiliar a venda para fora do País, da mesma forma que ocorreu no início deste ano, com o trigo e com o milho. Com o PEP realizado para a safra passada, o Brasil (um importador tradicional de trigo) conseguiu exportar neste ano 1,1 milhão de toneladas - um produto que de forma geral não tinha qualidade para a indústria de panificação.

A expectativa inicial é de que os negócios resultantes do PEP possam dar mais dinamismo ao mercado; reinserir o Brasil como exportador de arroz beneficiado (branco e parboilizado); dar maior competitividade às exportações; e melhorar as condições para escoamento do saldo da safra atual (2009/2010) e da próxima safra (2010/2011), que deve crescer para uma faixa entre 12,4 e 12,5 milhões de toneladas, contra 11,2 milhões de toneladas em 2009/2010. O PEP tem favorecido as exportações de milho do Brasil, que cresceram fortemente nos últimos meses, atingindo 7,1 milhões de toneladas entre janeiro e outubro, depois de o país registrar exportações muito fracas até maio deste ano.

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Fonte:
Planeta Arroz

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