Leilão do PEP traz boa expectativa ao mercado do arroz
Segundo Rocha, a confirmação do segundo leilão reforça essa política de recuperação do mercado de arroz. “O valor pago é, no mínimo, o preço mínimo de garantia de R$ 25,80 e conforme o rendimento do arroz pode chegar até a R$ 28,30”, cita. Embora não seja ideal para cobrir os custos de produção, é um referencial superior ao mercado livre nos últimos 90 dias no RS. Marco Aurélio Tavares, vice-presidente de Mercados da Federarroz, destaca as vantagens do mecanismo e lembra que o adquirente se obriga a comprar do produtor ou cooperativa, o correspondente, no mínimo, a 95% do total adquirido no leilão de prêmio, dando liquidez ao mercado.
De acordo com Tavares, a participação no leilão está mais pluralizada, sendo admitidas indústrias de beneficiamento de arroz ou comerciantes de cereais (inclusive traders) desde que estejam em plena atividade comercial ou industrial. “E permite o escoamento do arroz beneficiado (esbramado, branco ou parboilizado), ou em casca, ao mercado externo em condições de competitividade e/ou ao mercado interno - regiões previstas no edital - sem risco de triangulação pelo uso de nota eletrônica (Danfe)”, cita.
Tavares destaca que os leilões de Pep possibilitam ampliar o volume das exportações e incrementar a participação do arroz beneficiado, que possui valor agregado e também, proporcionam maior liquidez ao mercado, reduz os excedentes e assim, fortalecendo os preços internos do cereal. Renato Rocha, presidente da Federarroz, lembra que ao final deste leilão a cadeia produtiva e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) voltarão a avaliar a situação do mercado e estudar novas medidas. Não estão descartados novos leilões de PEP, entre outros mecanismos.
O leilão da próxima terça-feira terá praticamente as mesmas regras do primeiro. Serão 125 mil toneladas de arroz, com 15 mil para Santa Catarina e 110 mil ao Rio Grande do Sul. O prêmio é de sete centavos por quilo (R$ 3,50/50kg). A novidade é que o edital abriu à participação de arroz esbramado, aumentou o prazo de pagamento do produto pelo arrematante, até 31/01/2011, e excluiu o Pará, como um dos destinos da mercadoria, a pedido da cadeia produtiva.
A expectativa do setor é de aproveitamento de 100% em Santa Catarina e um percentual acima do realizado no primeiro leilão nos contratos de produto gaúcho. As empresas tiveram mais prazo para colocar a documentação exigida em dia. “Esse mecanismo é importante e não pode ser desperdiçado. O ideal seria um aproveitamento de 100%”, reconhece Renato Rocha.