Trigo: Produtores preparam nova redução na área de plantio

Publicado em 07/12/2010 06:46
O agricultor Aparecido Demétrio Ferraz plantou 77,44 hectares de tri­­go, colheu uma média de 37,19 sa­­cas/ha, mas ainda não conseguiu vender toda a produção. Na próxima safra, pretende reduzir drasticamente ou até deixar de plantar o cereal. “Não há quem resista a tanta pressão e tantos prejuízos. Se não bastasse o preço ridículo pago pelo mercado, agora o governo quer acabar com todos os triticultores”, critica.

Ele e dezenas de outros produtores participaram, na semana pas­­sada, em Campo Mourão, do seminário “O futuro do trigo”, promo­­vido pela Federação da Agri­­cultura do Estado do Paraná (Faep) em parceira com a Orga­­ni­­zação das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e com o Instituto Agro­nô­mico do Paraná (Iapar). “Es­­tamos discutindo na Faep como contornar um problema que tem se tornado recorrente, que é a questão da comercialização e o seguro agrícola. A princípio, estamos numa encruzilhada”, frisou o economista da Faep Pedro Loyola.

Abbas Ali Ayoub, que cultiva trigo há 35 anos, plantou 43,56 hectares neste ano, colheu uma média 41,32 sacas/ha, mas pretende parar de plantar. “O agricultor não tem bola de cristal para cultivar um tipo de variedade e colher o que o governo quer. Do jeito que está não estamos tendo lucro e ainda vamos ter de arcar com mais prejuízos. Uma coisa é certa, os produtores de trigo vão desaparecer”, reclama. “Não temos variedades para produzir o que o governo quer. Já comprei o adubo, mas, se a nova regra começar a vigorar a partir do próximo ano, não vou mais plantar”, concorda Getulio Ferrari.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Gazeta do Povo

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    A mais sábia decisão que o agricultor pode tomar é falar a linguagem do seu interlocutor, no caso as autoridades governamentais. Segurança alimentar não pode depender apenas do mercado, o Estado deve assegura-la. Por causa da impessoalidade do Governo, ele só entende a linguagem da prateleira ou gôndola do Supermercado. Escasseou? Reagiu....! Devemos usar esta linguagem constantemente pois o Governo não age, só reage!

    0