Trigo: depois de duas safras ruins, produtor pretende reduzir plantio em 2011.

Publicado em 31/12/2010 09:34 e atualizado em 31/12/2010 10:46

 

Pode-se dizer que o ano de 2010 para a triticultura fora dividido em dois importantes momentos: até junho com produtores enfrentando preços muito abaixo do mercado e falta de qualidade no produto para comercializar; e após junho, quando a quebra de aproximadamente 40 milhões de toneladas na safra da Rússia elevou mais de 50% as cotações do trigo no cenário internacional. Apesar da mudança no mercado, o produtor brasileiro ainda depende do governo para liquidar o cereal, pois não há competitividade para com a importação das indústrias.

Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), avalia que após duas safras ruins, o triticultor do Sul do país deva reduzir o seu plantio em 2011, perdendo o espaço da lavoura para o milho na segunda safra do ano, a de inverno. E mesmo assim, ainda será preciso que o Governo intervenha com leilões de PEP (Prêmio para Escoamento do Produto) para que o produtor seja remunerado no próximo ano. O que mais entristece, é que o mecanismo do governo não paga ao menos a preço mínimo.

Basicamente, o trigo adquirido através do PEP é destinado para outras regiões não-produtoras a fim de retirar o excedente da produção do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Muitas vezes, os compradores se tornam os cerealistas e as próprias cooperativas que trocam a dívida dos agricultores de insumos pelo produto final.

Turra relata a insatisfação dos triticultores e a possibilidade de redução de até 10% do plantio em 2011 na contramão da necessidade global de aumento na produção. Sem acompanhar o cenário internacional de bons preços, o mercado interno enxerga a necessidade de novas políticas públicas para o setor como restrições para com as importações a fim de salvaguardar a produção brasileira sem tirar a competitividade do mercado para as indústrias.

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Por: Aleksander Horta e Juliana Ibanhes
Fonte: Noticias Agrícolas

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