Rio Grande do Sul prepara linha de crédito para produtores de arroz

Publicado em 24/02/2011 10:50
Arrozeiros gaúchos estarão reunidos a partir desta quinta em Camaquã para discutir desafios do setor.
Está em gestação um programa especial do governo do Rio Grande do Sul para criar uma linha de crédito diferenciada aos produtores de arroz que arrendam terras para o plantio.

Atualmente, 70% da área plantada de 1,15 milhão de hectares no Estado é de terras arrendadas. A expectativa é de que nos próximos dias seja formado um grupo de trabalho integrado por diversos setores do governo estadual para estudo do projeto.

Apesar de o assunto não estar oficialmente na pauta da 21ª Abertura da Colheita do Arroz, que começa nesta quinta, dia 24, em Camaquã, o empenho do governo em relação ao assunto é visto com alento pelos produtores.

A necessidade de criar um programa específico auxiliando esses produtores a adquirir as terras arrendadas foi constatada na campanha eleitoral do atual governador Tarso Genro. Segundo o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, ainda não há uma data específica para o programa ser lançado. Os estudos das necessidades e as intervenções com as possíveis agências financiadoras devem ocorrer em março.

Quem arrenda as terras para cultivar o grão aguarda ansioso pelas oportunidades de financiamento. Dos 1,4 mil hectares plantados pelo produtor Werner Arns, de Uruguaiana, na Fronteira Oeste, 70% são arrendados:

— Quando a safra é boa e os preços são bons, vamos adquirindo mais um pedaço de terra, para nos manter na atividade. Estamos aguardando qual será o programa do governo, avaliar as taxas, ver se iremos nos enquadrar — afirma o arrozeiro.

Para o presidente da Federarroz, Renato Rocha, esse incentivo é um sonho histórico. O dirigente explica que o arrendamento de terras encarece o custo de produção do grão. Se o produtor conseguir adquirir as terras, poderá investir em novas tecnologias e armazenagem, o que baixaria, em longo prazo, o custo do produto.

Outra novidade veio de Brasília. O primeiro leilão de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) ficou para o dia 3 de março. E o segundo leilão – ainda sem data definida – deve apresentar premiação especial para produtores da Fronteira Oeste e Campanha, mais distantes do porto de Rio Grande.

— E há expectativa de que o governo federal libere mais recursos para aquisição do grão — acrescentou Rocha.

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Fonte:
Zero Hora

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1 comentário

  • Flavio Schirmann Formigueiro - RS

    Realmente a aquisição de terras pelos arrozeiros arrendatários é um SONHO com o preço do arroz abaixo do custo de produção , só se for doada pelo governo! Mais fácil é que apecuária e a soja, que estão em alta, avançarem sobre a área cultivada com arroz, retirando os arrendatários do sistema produtivo.Mais difícil ainda é conseguir terras, para adquirir aqui no RS.É um ótimo negócio ser dono de terras (Quem irá vender?) e um péssimo negócio ser produtor de arroz (Quem iria investir nisso, quando quem já tem terra não tem perspectiva de lucro?)

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