RS: Safra cheia alerta para preço do arroz

Publicado em 28/02/2011 07:27
Com perspectiva de colheita recorde de 8 milhões de toneladas de arroz na safra 2010/2011 no Rio Grande do Sul, preços internacionais estáveis e um excedente aproximado de 4,1 milhões de t na safra do Mercosul, produtores gaúchos devem se preparar para uma pressão baixista sobre os preços. A perspectiva considera uma safra estimada de 16 milhões de t no Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai e estoques iniciais de 1,4 milhões de t, o que totaliza uma oferta de 17,4 milhões de t frente a uma demanda no bloco de 13,3 milhões de toneladas. Ainda pesa contra o setor produtivo um consumo estagnado e a taxa de câmbio favorável a importações.

Segundo o consultor Carlos Cogo, os preços pararam de cair, mas a colheita está apenas começando e será preciso maior interferência pública com mecanismos como o Pepro. "Os recursos são insuficientes, pois podem absorver ou enxugar o equivalente a 11% da safra brasileira ou 30% do excedente do Mercosul", avalia.

Diferente do milho e da soja, cujos preços seguem elevados, o indicador de preços do arroz Esalq/BVMF mostra que o valor médio da saca de 50 quilos caiu de R$ 32,78 em janeiro de 2010 para R$ 22,04 em fevereiro de 2011. As distintas realidades estão na conjuntura internacional. Cogo explica que a Bolsa de Chicago não tem representatividade para o arroz e a Bolsa de Bangkok reflete a situação do mercado asiático. Além disso, o consumo mundial de arroz cresceu só 10,3% na última década, contra 38,8% da soja e 34,5% do milho. "A demanda de carnes cresce mais do que a de cereais."

Além de suporte pesado do governo, uma alta produtividade permitiria melhor situação e rentabilidade, observa o professor Argemiro Brum, da Unijui, embora o produtor também tenha tido um custo mais alto em tecnologia. Outra forma de alavancar o mercado seriam as exportações. O setor quer embarcar 800 mil t. Mas, segundo Brum, a taxa de câmbio é desfavorável. Ele explica que, apesar do preço interno baixo para o produtor, o arroz brasileiro é caro em dólar, o que dificulta vendas, eleva importação, gera excedentes e mantém pressão sobre preços.

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Fonte: Correio do Povo

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