Arroz: Medidas colocadas em prática pelo governo federal reforçam a expectativa de recuperação dos preços
Entre as medidas anunciadas, está o prêmio do PEP do leilão desta quinta-feira, que subiu de R$ 4,82 para R$ 5,65 por saca. São R$ 113,00 por tonelada, ou aproximadamente 68 dólares. A Federarroz pediu pra Conab regionalizar o valor do prêmio, como forma de incluir no mecanismo a produção da Fronteira Oeste e a Campanha gaúcha, distantes do Porto de Rio Grande. O pedido não foi acatado, mas o governo federal estabeleceu um valor médio que além de favorecer as exportações deve incluir novas zonas de produção nos leilões do PEP.
Marco Aurélio Tavares destaca que esse mecanismo é do interesse da cadeia produtiva por auxiliar no escoamento da produção, preferencialmente para o exterior, e com o compromisso da indústria, ao participar do PEP, cumprir a tabela dos preços mínimos ao produtor. Por sinal, a Federarroz está divulgando a lista das empresas que participaram como adquirentes dos leilões para que os produtores às procurem e ofertem produto aos preços mínimos, que dependendo do padrão variam de R$ 24,13 até R$ 28,30. A próxima mudança deve ser uma redução do volumes por leilão, já que a indústria parece estar operando na sua capacidade máxima. Tanto que entre os dias 20 e 30 de março dois navios deverão carregar 60 mil toneladas de arroz do Porto de Rio Grande, com destino ao exterior.
AGF - A outra novidade da semana foi a liberação de R$ 102 milhões da programação orçamentária da Conab para AGFs no Rio Grande do Sul nesta terça-feira. Serão 200 mil toneladas. A Federarroz está recomendando que os produtores procurem os armazéns cadastrados de sua região e acessem os AGFs pelo preço mínimo, podendo receber entre R$ 24,13 e R$ 28,30 dependendo do padrão do arroz. “Uma saca de arroz de 63% de inteiros que não chega a R$ 23,00 no mercado atual, tem preço mínimo superior a R$ 28,00 em AGF”, avisa o vice-presidente de Mercados da Federarroz.
Marco Aurélio Marques Tavares também lembrou que a edição da Instrução Normativa 11 também deve repercutir no mercado. A medida, na prática, prorrogou a IN12, cujo prazo venceu em 28 de fevereiro, estabelecendo padrões de classificação para o arroz em níveis mais flexíveis que a rigorosa Instrução Normativa 6, que entraria em vigor em 1º de março. “Diretamente, a IN 11 afeta a comercialização do produto com o governo, mas indiretamente determina padrões para todo o mercado e reflete na relação produtor e indústria”, reconhece Renato Rocha, presidente da Federarroz.
Para o vice-presidente de Mercados, Marco Aurélio Tavares, o mercado chega à segunda quinzena de março “agefado e pepado”, conforme a gíria do setor, e ainda com recursos disponíveis para prorrogação de EGFs dentro do limite aprovado e dos critérios de relação com as agências das instituições financeiras dos arrozeiros. Isso pode acalmar a comercialização, reduzir o excesso de oferta e refletir nos preços. “Vale lembrar que estamos com pouco mais de 20% da safra colhida, o que ainda não é uma oferta assim tão substancial”, destaca. Para ampliar a gama de mecanismos disponíveis, a Federarroz ainda negocia com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento a liberação de recursos para contratos de opções, PROP e PAA, este último dirigido à orizicultura familiar.