Relatório do USDA deixa inalterado o suprimento mundial de trigo

Publicado em 08/04/2011 14:41
Relatório do USDA sobre a situação do trigo americano reflete aumento de uso de semente

O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos-USDA, divulgado nesta sexta-feira, informou que os estoques finais de todos os trigos americanos para 2010/11 foram projetados levemente menores, refletindo um pequeno aumento no uso de sementes. Uma área plantada maior, anunciada nas Intenções de Plantio em 31 de março último, projetou um uso maior de sementes ao redor de 100 mil toneladas.

Relatório do USDA deixa inalterado o suprimento mundial de trigo

Os suprimentos globais do trigo da safra 2010/11 estão praticamente inalterados, uma vez que os estoques iniciais maiores estão compensando a menor produção mundial do período. A produção global diminuiu 1,3 milhão de toneladas no Egito, com os relatórios indicando uma queda de produtividade não usual nos últimos anos. E a produção aumentou 1,1 milhão de toneladas no Irã, que aumentou a área.

O comércio global de trigo foi projetado a maior com o aumento das importações da Turquia, Indonésia, Marrocos, Iêmen, Egito e Peru. Houve redução apenas na Síria e no Afeganistão. As exportações mundiais aumentaram 1,1 milhão de toneladas, das quais 1 milhão na Austrália e 600 mil toneladas no Brasil (que entra para o clube dos exportadores mundiais de trigo) e foram reduzidas em 500 mil toneladas no Canadá e a Ucrânia, 400 mil toneladas no Paquistão e 300 mil toneladas no México.

O consumo mundial de trigo em 2010/11 caiu 800 mil toneladas, refletindo pequenas reduções de demanda por alimento, sementes e uso industrial em vários países. Mudanças na alimentação à base de trigo foram em sua maioria compensadas pela China, que elevou em 1 milhão de toneladas o seu consumo. Paquistão e Egito baixaram o consumo em 600mil e 400 mil toneladas, respectivamente. Os estoques globais estão projetados em 930 mil toneladas a mais do que a estimativa anterior, de março último, mas estão 15,08 milhões abaixo dos estoques finais da safra 2009/10.

Trigo deverá compensar a quebra do milho

Os preços do milho deverão cair e os preços do trigo deverão continuar altos, depois que os analistas do USDA disseram que a queda nos estoques de milho no mercado mundial, que caíram 710 mil toneladas, de 123,14 milhões de toneladas para 122,43 milhões, deverá ser compensada pelo trigo de inverno, como alternativa, no mercado de rações.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos manteve em 17,14 milhões de toneladas os estoques finais do milho no país. O número superou as expectativas dos analistas, que esperavam um número menor diante das exportações desde o início de março. No entanto, o USDA disse que “as perspectivas de aumento do trigo vermelho de inverno brando, que é colhido no início do verão (do Hemisfério Norte, outono no Brasil) haviam reduzido a necessidade de uso do milho em rações animais no final da safra 2010/11.

USDA volta a estimar as importações brasileiras em 6,5 milhões/tons para 2010/11

O relatório divulgado pelo USDA nesta sexta-feira, sobre o quadro de Oferta e Demanda Mundial de trigo voltou a estimar a necessidade de importação de 6,5 milhões de toneladas de trigo pelo Brasil para o período 2010/11, que se encerra em julho próximo, cerca de 800 mil toneladas  a mais do que as  5,7 milhões de toneladas estimadas pela Conab.
 
As condições de exportação do trigo brasileiro deverão se manter em 2011/12
O comentário feito pelo USDA nesta sexta-feira, sobre o quadro de Oferta e Demanda Mundial de Grãos, indicando que a queda nos estoques mundiais de milho deverão ser compensadas pela maior utilização de trigo brando para ração animal deverão manter as condições favoráveis para a exportação de trigo brasileiro na temporada 2011/12, que se inicia em agosto próximo. A exportação foi o elemento benéfico que enxugou o mercado brasileiro de trigo e elevou os preços na ordem de 15%. Os triticultores tiveram alternativa, ao invés de ficar apenas nas mãos dos moinhos.

As perspectivas de preço, que já estão presentes nas cotações e Chicago neste momento, podem ser comparadas com os diferentes níveis de preço disponíveis: enquanto a cotação para entrega imediata, em Mai/11,está a US$ 7,32/bushel na Bolsa de Chicago (às 12:14 da manhã desta sexta-feira), a cotação para Dez/11 está a US$ 8,75 ou 13,19% superior , a cotação para Mai/12 está a US$ 9,12 ou 18,11% a mais e a cotação para Dezembro de 2012 está a US$ 8,92/bushel. Assim, é de se supor que os preços para a próxima safra de trigo brasileira tenham condições de se manter elevados.

Alerta importante

Contudo, estes preços estão disponíveis e firmes somente agora no mercado futuro de Chicago. Como todos sabemos os industriais, tanto do setor de farinhas, como do setor de rações, trabalham com pelo menos seis meses de antecedência (as cotações de Chicago tem preços firmes para até Julho de 2013, isto é 27 meses à frente) e o mesmo deveriam fazer os triticultores brasileiros. É um erro enorme e com graves conseqüências esperar colher para depois pensar em vender. Como não existe (ainda) mercado futuro no Brasil, pode-se recorrer aos mercados futuros dos Estados Unidos (Chicago, Kansas ou Minneápolis) ou da Europa (Paris e Londres), para fixação de preços (se você não souber, nós podemos ajudar, basta nos chamar). Os ventos favoráveis estão soprando agora, e os preços são firmes e efetivos (não são apenas promessas ou estimativas), mas ninguém garante que ainda estejam presentes no exato momento em que os triticultores brasileiros colham, entre setembro e dezembro. Até lá fatores imprevisíveis, como o terremoto do Japão, por exemplo, podem alterar o quadro.

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Trigo & Farinhas

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