Justamente porque está muito alto, mercado do trigo futuro está mais vulnerável

Publicado em 27/04/2011 10:11
O mercado está muito alto e, por isso, muito vulnerável a tomadas de lucro, que acontecem com maior freqüência. Qualquer notícia minimamente preocupante pode gerar uma inversão de posições. A notícia de hoje foi a elevação da taxa de juros pela China, potencial compradora de trigo no mercado internacional, diante dos problemas de seca que está atravessando. A cotação de Jul/11 na Bolsa de Chicago fechou a $ 8,47, em baixa de 14,25 cents/bushel nesta terça-feira. Também contribuiu para a queda a informação sobre algumas chuvas nas áreas de trigo de inverno nos EUA, que poderão diminuir o estresse das plantas. A Bolsa de Minneapolis chegou a negociar em alta de 7,25 cents antes de fechar em leve baixa.  O mesmo aconteceu com a Bolsa de Kansas. O ritmo lento do plantio da safra de primavera, que está em apenas 6%, contra 39% do ano passado e a média de 27% dos últimos 10 anos, continua preocupando o mercado. No Canadá, os produtores deverão plantar 24,72 milhões de acres, o que é 17,4% maior do que a área plantada no ano passado e acima da expectativa do mercado que era de 23,5 milhões, tendo contribuído, também, para a queda dos preços nesta terça-feira. O início do plantio do trigo naquele país, porém, está atrasado, devido ao excesso de umidade.

Ainda sobre estoques e tendência dos preços domésticos do trigo
Depois da entrevista que demos ao Canal Rural nesta segunda-feira sobre a tendência dos preços do trigo, principalmente para o produtor brasileiro, ocorreu-nos a seguinte pergunta: por que ainda resta trigo não comercializado da safra 2010/11? Estima-se que algo ao redor de 850 mil a 1,0 milhão de toneladas ainda estejam nesta situação. E nossa pergunta é: por quê? Por quê, se houve várias chances de comercialização: a) leilões do governo, que comprou cerca de 1,2 milhão de toneladas; b) compras dos moinhos, que adquiriram cerca de 2,23 milhões de toneladas no período; c) exportação, que escoou 1,45 milhão de toneladas. Porque será que os donos deste trigo que sobrou não aproveitaram tantas oportunidades para vender? O que queriam? Se os preços estavam bons para a maioria dos outros produtores, porque para eles não estavam? Custos mais elevados? Isto não é culpa do governo, nem do mercado, mas deles mesmos, pois para os demais não pareciam tão elevados assim. Esperar por preços melhores? Será que o custo do carregamento de sete meses desta posição de setembro/10 até agora, abril/11 compensou em termos de juros do dinheiro que seria aplicado se tivesse sido vendido logo depois da colheita, mais os custos da armazenagem de sete meses (altíssimos)? A que preço teria que ser vendido este trigo? Quanto mais o tempo passa, mais prejuízo.

Uma das queixas dos produtores é de que o governo está aumentando a oferta de trigo no mercado com os leilões que está fazendo (hoje será o segundo da temporada). Nada disto. Ora, o governo está colocando no mercado trigo velho, das safras 2007/08 e 2008/09 do qual deve se desfazer antes que se torne inegociável. E olhe que os preços do último leilão foram ótimos: R$ 28,80 a R$ 30,00/saca de 60kg ou até um pouco mais, bem acima do que o mercado está pagando por trigo da safra atual, no momento. De modo que os leilões estão puxando os preços para cima e não para baixo. Até quando o governo deveria esperar pelos retardatários da venda de trigo?

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Trigo & Farinhas

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