Da importância do Brasil já garantir o fornecimento de trigo para 2011/12

Publicado em 13/05/2011 11:44
Apesar dos números divulgados pelo USDA na última quarta feira indicarem um aumento da safra mundial de trigo em aproximadamente 21,4 milhões de toneladas, a situação do fornecimento global não está bem resolvida, como demonstrou a situação dos estoques mundiais, divulgada pelo próprio USDA, que foi reduzida em mais de 1,6 milhão de toneladas. Para o Brasil, a situação já está apertada, porque justamente a safra da Argentina, nossa principal fornecedora, foi uma das que já tiveram a previsão de safra reduzida em 1,5 milhão de toneladas. De 15 milhões de trigo produzidas na safra 2010/11, a Argentina deverá produzir 13,5 milhões na temporada 2011/12, segundo o USDA. Esta redução, porém, só conta com a diminuição dos hectares plantados (contestada nesta quinta-feira pelo relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, que indicam expansão de 270 mil hectares em relação ao ano anterior, mas na verdade, o plantio ainda não começou na Argentina e é tudo suposição) e não com os possíveis problemas climáticos, sobre os quais os meteorologistas australianos já se pronunciaram, informando que deverão ocorrer entre os meses de julho e setembro deste ano, problemas com o La Niña, que não deverão afetar o Brasil, mas acertarão em cheio as lavouras argentinas. Se isto realmente acontecer (os dados foram confirmados pelos meteorologistas britânicos que acertaram as previsões dos dois últimos anos), é possível que a disponibilidade de exportação da Argentina se torne menor ainda.

De lado brasileiro o USDA aumentou a previsão de importação de 6,0 para 6,8 milhões de toneladas na temporada 2011/12, o que torna a nossa preocupação maior. Dando crédito aos números do USDA, poderemos contar com 2 milhões de toneladas provenientes do Uruguai e do Paraguai e teríamos que contar com pelo menos 4 milhões da Argentina, porque o Nordeste brasileiro é abastecido pelo trigo americano, onde o frete e os preços são menores. Estes 4 milhões teriam que ser negociados com antecedência, em continuação às conversações iniciadas no último mês de março pelos respectivos ministros da agricultura dos dois países, definindo quantidades e liberando as formalidades burocráticas, que são o principal entrave nas negociações entre os dois países.

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Fonte: Trigo & Farinhas

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