O que falta ao mercado de trigo no Brasil?

Publicado em 20/06/2011 08:33
O mercado de trigo está praticamente paralisado nas últimas semanas. Os moinhos se abastecem apenas da mão para a boca, uma vez que o mercado de farinhas também não está correspondendo às suas expectativas de aumento. Por outro lado, as coberturas nas Bolsas de Futuros tiveram uma das semanas de maior queda dos últimos tempos, não permitindo fixações adequadas de preço. Por outro lado, a Conab já realizou alguns leilões de venda, colocando trigo velho no mercado, para renovar seus estoques, ainda que haja mais de 1 milhão de toneladas da última safra que não foram comercializadas.

Claro que há alguma coisa errada na estrutura de comercialização do trigo no Brasil. Mais que uma. Falta qualidade tanto para a indústria como para a formação de um mercado futuro que possa permitir a fixação de bons preços quando eles aparecem e eles nunca aparecem quando o produtor precisa, então há que haver outra forma de fixar preços altos que não seja depois das colheitas.

Falta separação dos diferentes tipos de trigo.

Falta incentivo para produzir trigo lá onde ele realmente pode ter excelente qualidade, que é o Centro-Oeste.

Falta as cooperativas realmente quererem resolver o problema e se engajare e fazer o que tem que ser feito, que é criar a sua própria demanda para que não fiquem mais à mercê de terceiros nem precisem mais estender o pires ao governo.

Como se vê, falta mais vontade do que condições técnicas. O Brasil tem tudo para melhorar a sua pequena posição de 10º maior exportador de trigo no Mundo e tem todas as condições de superar a Argentina, por exemplo, em quantidade e talvez até em qualidade. Os técnicos sabem disso, os políticos e dirigentes de associações é que não sabem, ou não querem.

Alguns reclamam da “defasagem do câmbio”, desconhecendo a verdadeira e grande oportunidade que ele nos dá: a de atualização de tecnologia e de equipamentos tecnológicos novos, para adequarmos não apenas o parque industrial brasileiro de plantio, industrialização e comercialização de trigo, como de seus subprodutos, dos quais há infinidades lá fora que nem conhecemos aqui e que poderiam alavancar o consumo e o mercado nacional. Há que fazer deste limão uma limonada, antes que ele acabe e a oportunidade passe.

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Fonte:
Trigo & Farinhas

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