Governo federal anuncia pacote para o endividamento do arroz

Publicado em 12/07/2011 07:49
O governo federal deve anunciar um pacote de medidas para amenizar o endividamento dos produtores de arroz afetados por prejuízos nas safras 2009/10 e 2010/11. A proposta na pauta do Conselho Monetário Nacional (CMN) foi comunicada ao presidente da Federarroz, Renato Rocha, em audiência nesta segunda-feira pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi.

Segundo Renato Rocha, a proposta do governo responde à demanda do setor que busca solução para o endividamento desde o início do ano. “O setor já havia informado que diante da quebra do ano passado, por fatores climáticos, e dos prejuízos acumulados por uma crise de preços este ano, não teria como pagar todos financiamentos. Essa medida é emergencial e fundamental para o setor, mas atende cerca de 30% dos arrozeiros com acesso ao crédito oficial. Precisamos ainda de solução para os 70% que estão endividados e fora do sistema financeiro”, argumenta Rocha.

As regras detalhadas serão divulgadas ainda nesta semana em reunião extraordinária do CMN. Além da inclusão dos produtores excluídos no crédito rural as entidades pediram ao ministro que os produtores que optem pelo parcelamento mantenham acesso ao crédito para a safra e que os produtores possam acessar as medidas em todos os bancos.

Na audiência com o ministro Wagner Rossi, agendada pelo deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) e com participação do presidente da FARSUL, Carlos Sperotto, do vice-presidente da FESC, Enori Barbieri, da Senadora Ana Amélia Lemos e os deputados federais Jerônimo Goergen e Osmar Terra, a Federarroz manteve a posição de que o pacote é vital para os produtores gaúchos com acesso ao crédito oficial, “mas não resolve todos os problemas dos demais”. Para Renato Rocha, as medidas darão um fôlego ao produtor, reduzirão a oferta de arroz no mercado, ampliando o suporte para uma recuperação das cotações ao menos até o patamar dos preços mínimos (R$ 25,80/50kg).

PASSIVO - O ministro recebeu a informação que as entidades (Federarroz, Farsul, Fetag e Faesc) irão apresentar nos próximos dias uma proposta de apoio aos arrozeiros endividados, que atenda os produtores de arroz atualmente sem acesso ao crédito oficial e responsáveis por um endividamento estimado em R$ 3 bilhões. O objetivo é uma política de recuperação para o setor, que contemple o pagamento da dívida com longo prazo, carência, rebate e juros diferenciados. Para o presidente da Federarroz, o fato do MAPA descartar a possibilidade de adotar o “preço meta”, deixou estes produtores descobertos dos prejuízos relativos ao produto já comercializado, abaixo do custo de produção e do próprio preço mínimo, necessitando assim de uma solução para o endividamento.

“Um produtor que já vem com dívidas e teve prejuízos nas duas últimas safras, vendeu o arroz abaixo de R$ 19,00 quando o governo determinava o preço mínimo de R$ 25,80, precisa de suporte para pagar a dívida e recuperar sua condição de acesso ao crédito. Nossa luta, agora, é pela não exclusão da atividade destes produtores, que representam quase 70% dos arrozeiros gaúchos”, destaca.

O Secretário de Política Agrícola, José Carlos Vaz, disse que já há decisão do ministério em buscar apoio também para estes produtores, e que já está estudando com a Fazenda um programa e recursos para tal. Outro anúncio positivo do secretário diz respeito a uma reunião que terão com o MDA para reforçar ajuda aos produtores da Depressão Central do RS, via PRONAF, em razão dos prejuízos da safra 2009/2010.

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Fonte:
AI Fedearroz

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