As possíveis conseqüências para o triticultor da atual situação internacional

Publicado em 22/07/2011 08:59
Na entrevista nesta quinta-feira dada pelo editor do Boletim Trigo&Farinhas ao Canal Rural de São Paulo o eminente jornalista João Batista Olivi perguntou quais os reflexos do que está acontecendo com o trigo no mercado internacional para o triticultor brasileiro. Nossa resposta foi resumidamente esta: ninguém sabe exatamente o que vai acontecer com os preços, porque seria o mesmo que saber os números que vão dar na loteria. Mas, as indicações do mercado, por enquanto, apontam nas seguintes direções: a) aparentemente os melhores momentos dos preços já passaram há mais ou menos um mês e meio atrás, antes do último relatório do USDA e estiveram à disposição do triticultor brasileiro através das coberturas que as suas cooperativas tiveram oportunidade de fazer na Bolsa de Chicago. Os preços liquidariam aproximadamente R$ 33,00 a R$ 35,00/saca no interior do Brasil; b) daqui para frente, há ainda a chance de os preços subirem novamente, mas apenas diante de catástrofes climáticas em regiões importantes ou demandas muito acima da média, que não estão previstas no momento. Contudo, há que se registrar que a demanda está bem maior do que a oferta e isto deverá manter os preços nos patamares altos em que estão; c) a queda nos preços desta quinta-feira se deveu ao desapontamento dos americanos diante da agressiva comercialização russa de trigo, que está oferecendo preços muito baixos para conseguir retomar os mercados perdidos para os Estados Unidos e Europa depois que suspendeu as exportações em agosto de 2010. Os números das exportações semanais americanas desta quinta mostram isto. Para os exportadores brasileiros de trigo esta também é uma má notícia, uma vez que a Rússia vai querer de volta os mercados que deixou livres para a exportação do trigo brasileiro em 2010/11. A menos que os brasileiros consigam outros mercados não atacados pelos russos; d) qual, então, é a perspectiva de preços daqui para frente? Parece ser consenso entre os analistas que os preços atuais deverão continuar nos patamares em que estão – e estão mais altos: US$ 317/tonelada no mercado internacional, contra US$ 210 no mesmo período do ano passado e R$ 500,00/tonelada no mercado interno, contra R$ 400,00 do ano passado. Significa, sim, que o mercado interno não acompanhou o mercado externo, entre outras coisas, mas os preços devem se manter ao redor destes patamares ou ao redor do Preço Mínimo. Aliás, os preços de exportação do trigo brasileiro neste momento estão um pouco acima do Preço Mínimo e são mais garantidos do que o Preço Mínimo, porque o governo nem sempre exerce o seu preço de garantia, enquanto que um contrato de exportação é honrado exatamente como nele está escrito. Está é a segunda razão pela qual os dirigentes do setor de trigo não devem, em nossa modesta opinião, abandonar o setor de exportação; a primeira é manter uma alternativa de comercialização à dos moinhos que, sem ela, estariam sozinhos no mercado.
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Fonte:
Trigo & Farinhas

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