Preços mundiais do arroz seguem firmes apesar da oferta abundante

Publicado em 10/08/2011 08:17
Em julho, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) subiu 11,7 pontos para 244,2 pontos (base 100 = Janeiro 2000) contra 232,5 pontos em junho. No início de agosto, o índice IPO marcava 248 pontos

Em julho de 2011, os preços mundiais se mantiveram firmes em função das promessas do novo governo tailandês de revalorizar os preços internos. O anúncio desta medida, que por certo não deve ser aplicada antes do final de 2011, provocou efeitos altistas em todos os mercados asiáticos. No final de julho, os preços tailandeses tendiam a se retrair devido ao aumento da oferta de exportação.

Estes fatos fizeram com que o retorno da índia ao mercado de exportação de arroz não-aromático passasse quase despercebido. As licenças de exportação outorgadas aos exportadores indianos são significativas, mas há uma incerteza a respeito de suas capacidades reais de uso de tais cotas de exportação e sobre a vigência desta liberação, várias vezes adiadas no passado pelas autoridades locais, preocupadas com os riscos inflacionários sobre os preços internos.

Em julho, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) subiu 11,7 pontos para 244,2 pontos (base 100 = Janeiro 2000) contra 232,5 pontos em junho. No início de agosto, o índice IPO marcava 248 pontos.

Produção e comércio mundiais

Segundo a FAO, a produção mundial em 2010 havia alcançado um volume recorde de 696 milhões de toneladas (464Mt base arroz branco) contra 683Mt de arroz em casca em 2009, um aumento de 1,8%. As colheitas melhoraram em quase todas as regiões arrozeiras do mundo, graças a ampliação das áreas de cultivo, as quais alcançariam cerca de 162Mha. Este aumento se verá sobretudo nas regiões asiáticas, especialmente na China, Índia, Indonésia e Bangladesh, os principais produtores mundiais, com dois terços da produção mundial.

As projeções para a temporada 2011/2012 indicam um novo incremento da produção, para 713Mt (476 Mt base arroz branco), aumento de 2,6%. As boas condições no hemisfério Sul tendem a confirmar estas previsões.

Em 2010, o comércio mundial cresceu 6% para 31,9Mt contra 29,6Mt em 2009. Em 2011, os fluxos comerciais devem se manter relativamente estáveis em 32Mt. As disponibilidades exportáveis dos principais exportadores continuariam amplamente suficientes para atender a demanda mundial.

Os estoques mundiais de arroz no final de 2010 aumentaram 4,6% para 132,3Mt contra 126,6Mt em 2009. Estas reservas representam 30% das necessidades mundiais. Em 2011, as projeções para os estoques mundiais indicam um novo incremento para 136,6Mt.

Mercado de exportação

Na Tailândia, os preços prosseguiram com tendência altista, estimulada pela vitória da coalizão de oposição nas eleições gerais. O novo governo prometeu uma revalorização do preço pago ao produtor. Mas esta medida não deve ser aplicada antes do final de 2011. Isso gerou uma vantagem inesperada para os competidores asiáticos, mostrando preços mais competitivos.

O ritmo de vendas no mercado de exportação tailandês se viu afectado também, em contraste com as vendas recordes realizadas durante os 6 primeiros meses do ano, de mais de 1 Mt em média, por mês. No final de julho, os preços tendiam a cair. Em Julho, o Tai 100%B marcou US$ 549/t Fob contra $ 520 em Junho. O Tai Parbolizado também subiu para $ 545/t contra $ 518 em Junho. O quebrado A1 Super subiu para $ 438/t contra $ 424/t em Junho.

No Vietnã, os preços de exportação aumentaram devido à forte demanda de importação. O arroz vietnamita aproveitou a revalorização dos preços tailandeses realizando novos contratos importantes com clientes asiáticos. Consequentemente, as perspectivas de exportação para 2011 foram revisadas e poderiam alcançar umas 7,4Mt contra 6,9Mt em 2010.
Em Julho, o Viet 5% marcou $ 504/t contra $ 468/t em Junho. O Viet 25% também subiu para $ 446/t contra $ 435 anteriormente.

No Paquistão, os preços subiram novamente. Espera-se um forte incremento das exportações graças a um aumento significativo da produção. Para a temporada 2011-2012, as vendas externas podem ultrapassar um volume recorde de 4Mt. O Pak 25% foi cotado a $ 451/t contra $ 443/t em Junho.

Na Índia, destaque para a autorização de se exportar novamente arroz não aromático. Incertezas persistem, contudo, sobre os volumes que serão realmente exportados. Desde já, foram liberados mais de um milhão de toneladas para exportação, levando assim a um total prévio de 3,5Mt em
2011, incluindo arrozes aromáticos. Em Julho, o arroz indiano 5% foi cotado a $ 455/t.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação continuaram subindo. A situação nos mercados asiáticos e as más condições climáticas que atravessam as principais regiões produtoras ao sul do país impactam fortemente as tendências atuais e futuras do mercado americano. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros tiveram alta de 15% em um mês. As perspectivas de exportação não parecem muito promissoras por causa de uma oferta mais escassa e preços menos competitivos. Em Julho, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 marcou $ 568/t contra $ 543 em Junho. No início de Agosto, este marcava entre $ 600 e $ 610/t.

No Mercosul, os preços de exportação se mantiveram relativamente estáveis devido a significativos excedentes exportáveis. A competitividade dos arrozes sul-americanos continua melhorando. Estes começam a competir com os arrozes americanos em seus mercados do Caribe, e seguem ampliando seus mercados nos países da África Ocidental e Austral.

Na África, a produção arrozeira em 2011 deve aumentar uma vez mais, especialmente na Guiné, Mali e Nigéria. Com este incremento, as importações podem se manter estáveis. Lembremos que estas representam quase um terço das importações mundiais, colocando assim a África Subsaariana como principal pólo de importação mundial.

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Fonte:
Planeta Arroz

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