Trigo verde segue direto para ração
Com 435 hectares cultivados, o produtor rural Marcos Cesar da Luz teve a produtividade reduzida de 3,2 mil para 1,5 mil quilos por hectare. Sua lavoura enfrentou problemas climáticos nos meses de maio, junho e julho. Na média estadual, a produtividade deve cair de 2,9 mil para 2,6 mil quilos por hectare.
Parte dos grãos não amadureceu
“A seca, a geada e o excesso de chuvas aceleraram o ciclo e, mesmo o trigo estando verde, uma parcela da lavoura já estava brotando. Para não perder ainda mais, fui obrigado a colher o trigo ainda verde”, reclamou Luz, que deveria aguardar mais duas semanas para a colheita. “Com mais 15 dias de sol, o ciclo estaria fechado e colheríamos um trigo muito bom, mas não podemos arriscar e ter perdas ainda maiores com as próximas chuvas.”
Segundo ele, por conta do clima, a produção de 78% da área plantada será destinada para alimentação animal. “Se a produção der pH acima de 50, será muito. Infelizmente vamos ter de destinar para ração”. Com pressa, ele colocou três colheitadeiras na lavoura. A umidade torna o trabalho mais lento. Mesmo assim, os trabalhos devem ser concluídos ainda nesta semana.
A demanda por trigo para ração tende a aumentar. No Paraná, a saca do cereal usado para produção de pão rende R$ 25 ao produtor, enquanto o ingrediente tradicional da ração é cotado em R$ 22. Porém, o trigo de baixa qualidade deve sair mais barato que o milho para a indústria da ração.