Trigo: Clima ameaça reduzir ainda mais a produção de todo o Mercosul

Publicado em 31/08/2011 15:09
Declarações prestadas à Consultoria Trigo&Farinhas por um agente privado que fez viagem de inspeção in loco nos últimos 10 dias pelo Rio Grande do Sul, Paraguai e Uruguai constatou que existem problemas com as safras destas regiões, que poderão comprometer em parte a produção e em parte a qualidade do que for produzido. O Mercosul esperava produzir 21,19 milhões de toneladas na safra 2011/12, antes das ocorrências climáticas que afetaram as suas lavouras, contra 22,6 produzidas na safra 2010/11. Depois deste giro inicial, acreditamos que seja possível que este número caia para menos de 20 milhões de toneladas e, assim mesmo, uma parte do que for colhido terá também reduzida a qualidade.

No Rio Grande do Sul, se não aparecer o sol nos próximos dias as lavouras podem perder qualidade. Em Passo Fundo, Vacaria e região norte do estado, que é a maior área produtora, o trigo está espigando, mas sem desenvolvimento devido à falta de sol e às chuvas. O próprio informe da Emater-RS indica que na Região do Celeiro, a ocorrência de granizo fez com que alguns produtores relatassem ao agente financeiro perdas nas lavouras, e procurassem a cobertura de seguro agrícola. Em Tenente Portela, nove produtores acessaram o PROAGRO para tentar cobrir danos em 250 hectares. Quanto às geadas no final do período, as informações preliminares apontam que a cultura pode ter sido afetada nas áreas mais baixas das lavouras.

Como resultado, alguns moinhos, que estavam ausentes das importações, já começam a ficar preocupados com a qualidade da próxima safa brasileira e começaram a pedir cotações de trigo do Mercosul para os corretores internacionais, para entrega entre dezembro e março próximos.
No Paraná houve perdas por geadas e chuvas na colheita que se inicia. Segundo informações do Deral a colheita de trigo atingiu 4% da área plantada no Paraná e há indicativos de que a quebra da safra 2010/11 no Estado será maior do que a prevista inicialmente. O Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria de Agricultura do Estado (Seab), revisou novamente para baixo sua estimativa de produção do cereal e avisou que 72% das lavouras ainda estão sob risco climático.

A nova estimativa do Deral projeta a produção paranaense em 2,48 milhões de toneladas de trigo, abaixo das 2,53 milhões previstas em 25 de julho, a estimativa anterior do departamento. Se confirmado, o número significará uma redução de 28% em relação à safra passada, quando o Paraná, líder na produção nacional do cereal, colheu 3,45 milhões de toneladas. Parte dessa retração se deve à redução da área plantada, de 1,17 milhão de hectares para 1,07 milhão nesta temporada, explica a engenheira agrônoma do Deral, Margoreth Demarchi. Mas o maior peso está na produtividade, que deverá recuar 15%, para 2.515 quilos por hectare, de acordo com o departamento
No Paraguai, que está desenvolvendo um excelente trabalho no que se refere à qualidade do trigo, muito voltado para a panificação, as lavouras foram duramente afetadas pelas geadas e pelas chuvas, particularmente na região de Alto Paraná, onde a situação está bastante ruim. Não há informações oficiais muito precisas, mas nosso giro indicou problemas nesta região.
No Uruguai por enquanto as condições das lavouras estão boas, mas se não parar de chover poderão complicar também. E as informações para os próximos 5-10 dias são de chuva e frio.
Na Argentina somente a região central da província de Buenos Aires é que está em ótimas condições. A sudoeste desta província, nas regiões de cultivos mais adiantados, percebe-se uma certa deficiência de umidade. No centro-norte de Córdoba a ausência de chuvas começa a complicar a condição das lavouras. A isto deve-se somar os danos foliares causados pelas contínuas geadas brancas que ocorreram na semana passada e os ataques de pulgão. No centro-este de Entre Rios as condições de cultivo melhoraram, se bem que foram registradas fortes geadas no começo da semana. A falta de chuvas favorece o plantio, já que aqui os problemas eram os excessos hídricos.

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Fonte:
Trigo & Farinhas

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